Título da redação:

O paradoxo da conveniência monetária

Tema de redação: A deficiente educação financeira no Brasil

Redação enviada em 26/09/2016

O dinheiro, há milênios, é um importante elemento constituinte da civilização. No entanto, nunca antes na história da humanidade, ele esteve configurado de forma tão conveniente como nos dias de hoje. Essa nova qualidade, contudo, possui, além de vantagens, desvantagens que podem causar danos a qualquer pessoa. Diante disso, é preciso que se encontrem meios de educar a sociedade a respeito dos problemas associados as novas vantagens que o dinheiro apresenta. Há um século atrás, se uma pessoa quisesse comprar uma necessidade ela tinha que obtê-la à vista, se ela quisesse receber crédito para algum empreendimento importante ela tinha que passar pela avaliação minuciosa e inflexível de seu credor. Hoje, a situação é bem diferente, um cidadão comum pode, por exemplo, comprar um “Tamagotchi” em doze prestações e adquirir crédito para realizar um tratamento estético, sem nem pedir. Essas vantagens financeiras, entretanto, são paradoxais, pois, ao mesmo tempo, são os principais causadores dos problemas financeiros que os cidadãos de hoje possuem, visto que estimulam o consumismo exagerado. O perfil padrão do consumidor brasileiro, por exemplo, demonstra isso claramente. Segundo pesquisa do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), 46% dos brasileiros que têm dívidas não conseguirão quitar os seus débitos nos próximos três meses. Ainda, segundo o SPC, 85% da população faz compras sem planejamento e 74% não possui qualquer investimento fixo. E apesar de isso ser preocupante, não é incomum ouvir falar de histórias de endividamentos, gastanças e desperdícios como simples incômodos ordinários. Não obstante, essa precariedade econômica era uma raridade antigamente, visto que que não existiam todas essas facilidades. Diante disso, torna-se evidente a necessidade de providenciar uma educação financeira para os brasileiros. Portanto, para isso, e para começar, o Governo Federal poderia lançar um website oficial que contenha vídeo cursos de educação financeira apropriados, interativos e “gamificados” para diversas faixas etárias, que ensinem como se tornar num consumidor prudente e responsável. Além disso, uma habilitação, para todos aqueles que concluírem os cursos, poderia ser providenciada para validar um cidadão que queira obter crédito. Assim, o país estará dando um primeiro passo para obter consumidores verdadeiramente preparados para a atual e futura realidade financeira.