Título da redação:

O Crédito Inadimplente

Tema de redação: A deficiente educação financeira no Brasil

Redação enviada em 03/10/2016

A Escola Austríaca de Economia, formada por nomes como Friedrich Hayek, ganhador do Nobel de Economia de 1974, defendia que a única forma segura para que uma sociedade prosperasse era poupando, para posteriormente investir, abandonando o conceito de que crédito barato e recorrente é uma forma eficiente de crescimento econômico. Concomitante a isto, este argumento aplica-se às pessoas (leia-se cidadãos), cujo costume de gastar mais do que realmente possuem apresenta-se como um perigoso instrumento contábil e que, a longo prazo, pode trazer grandes problemas financeiros para as mesmas. Desta forma, a deficiente educação financeira dos brasileiros encontra-se como um dos grandes problemas para a prosperidade de muitos cidadãos. O número de brasileiros endividados é um forte indicador das decadentes informações que os brasileiros possuem quanto à como administrar seu orçamento, em que aproximadamente 60 milhões de pessoas encontram-se endividadas no país, segundo o SPC, o que equivale à 40% da PEA. Este número é de grande preocupação, visto que a tendência é que ele cresça nos próximos anos, devido a atual crise em que o Brasil se encontra, gerando o aumento no número de desempregados e reduzindo a geração de receita pela iniciativa privada e Estado, o que representa menor circulação monetária no mercado brasileiro. O Brasil possui, concomitantemente ao elevado número de indivíduos endividados, uma porcentagem alta de pessoas que não são capazes de cumprir suas responsabilidades com seus credores, chegando a 35 milhões de inadimplentes, de acordo com o Serasa. Este número é, em níveis macroeconômicos, muito perigoso, pois pode causar grandes crises, exempli gratia, a “faísca” que ocasionou a crise dos EUA em 2008 foi o crescente nível de inadimplência no mercado imobiliário, relacionado a títulos financeiros como CDOs e Sub-Primes. A situação, que ainda encontra-se sob certo controle no Brasil, portanto, pode vir a causar grandes problemas futuros para a economia tupiniquim. Ao analisar os fatos, torna-se necessária, por conseguinte, a ação do Estado e da Sociedade para a correção deste impasse. É papel do Ministério da Educação instaurar cursos de educação financeira básica nas escolas, ministradas por estudiosos do assunto, para oferecer uma base informativa aos jovens. É função do Ministério das Comunicações realizar parcerias público-privadas para a disseminação de informações valiosas, como a importância da renda fixa, para conscientizar a população. Por fim, é papel dos pais transmitirem conhecimentos contábeis aos filhos, através de métodos simples, como a mesada.