Independente da idade ou classe social, a administração financeira, no tocante ao planejamento de gastos a curto ou longo prazo, é algo necessário para se ter uma gestão eficiente do que se pode ou não fazer. O Brasil, mostrado por pesquisas como a do SPC Brasil, dispõe de uma alta porcentagem de pessoas que não possuem um planejamento na hora das compras ou algum investimento fixo, constituindo uma parcela que pode ser alvo dos juros compostos do cartão de crédito ou de ferramentas que oferecem compras automatizadas. Primeiramente, é importante compreender alguns dos motivos que levam a um elevado déficit na educação financeira do país. Uma das bases da educação se encontra no próprio lar. Falta de ensinamentos pela família sobre como poupar, das consequências de gastos excessivos e as formas de funcionamento do cartão de crédito, gera um ciclo de desentendimento sobre o uso excessivo do dinheiro. Compras levadas ao impulso pela emoção, pagamentos a prazo atraentes contendo juros ou propagandas que induzem ao consumo são alguns dos fatores que a serem lembrados. Por outro lado, diante de um avanço tecnológico, novas oportunidades e ferramentas para compras “on-line” surgem sem uma compreensão imediata. Dados do cartão de crédito registrados em um serviço em rede podem proporcionar compras instantâneas e com uma enorme variedade de serviços, podendo ser realizada em qualquer tela de celular. Porém, sem um controle diante de tanta liberdade , muitas dívidas acabam sendo geradas, devido principalmente ao fato de ser uma tecnologia recente e em crescente expansão. Casos de crianças realizarem múltiplas compras pelo cartão de crédito dos pais em algum aparelho eletrônico, ocorrem com frequência. Conclui-se, portanto, que é imprescindível ter um controle de gastos e o hábito de poupar em diferentes estágios da vida. Para isso, o núcleo familiar deve ensinar sobre as consequências dos gastos em abundância e/ou impulsivos, estimulando uma independência financeira na vida de um jovem com mesadas ou abertura de uma caderneta de poupança. Por outro lado, a escola tem a função de levar um conhecimento financeiro aos seus alunos de forma didática, envolvendo conhecimentos práticos e e estimulando o aprendizado da matemática. Por fim, é necessário que a mídia não crie mensagens apelativas, principalmente ao público infantil e que o indivíduo busque diferentes fontes de informação para se conscientizar sobre esse tema para obter uma maior autonomia e um controle financeiro.