Título da redação:

Dinheiro na mão é vendaval

Tema de redação: A deficiente educação financeira no Brasil

Redação enviada em 29/09/2016

A segunda Revolução Industrial, ocorrida em meados do século XXI, trouxe ao Brasil um novo paradigma no quesito ao acesso de financiamentos voltados para o aumento da produção. Isso propiciou o acesso a linhas de crédito, em um primeiro momento, do grande empresariado e logo depois por demais pessoas da sociedade. Ocorre que estas não estavam preparadas para fazer o uso racional do crédito e, por conseguinte do controle financeiro. Isso criou uma geração de pessoas que se endividaram por não terem o conhecimento adequado para a gestão financeira. Dessa forma houve a transmissão, pela falta de educação financeira, aos descendentes. Aproveitando-se dessas fragilidades, empresas de marketing e instituições financeiras, atuam incisivamente no incentivo ao consumo desmedido (os famosos créditos fáceis – sem consulta ao SERASA e SPC) em que predomina as altas taxas de juros e em que uma pirâmide de consumidores se autossustentam, pois, com juros elevados o bom consumidor (de crédito) compensa as perdas dessas instituições com os maus pagadores. Além disso, a inobservância do custo total (de compras à prazo) contribui para o aumento do endividamento e uma péssima educação financeira e isso gera problemas graves para essas famílias, pois, a falta de dinheiro interfere com uma má alimentação, atrapalha o investimento em educação, cria problemas de saúde (depressão, ansiedade) que geram efeitos negativos na produtividade laboral dessas pessoas e desse modo causam prejuízos indiretos ao ambiente macroeconômico. Nesse aspecto Steve Jobs, CEO da Apple, dizia que o grande segredo das empresas bem sucedidas não é a inovação de um produto já existente, mas a criação de uma necessidade (de algo) que as pessoas não têm. E esse é um mal a ser combatido atualmente, pois, as pessoas estão cada vez mais imersas no mundo virtual e são induzidas a manter um padrão de consumo que não é suportado por suas finanças, e são levadas a acreditar que o que outras pessoas demonstram é condizente com a realidade o que de fato não é. A educação financeira deve combatida com a construção de uma base sólida para uma tomada de decisão crítica e autônoma. Nesse aspecto a educação financeira no Brasil passa pela mudança de hábitos da população, através da implantação pelo poder público de diretrizes que orientem, quanto ao uso consciente do crédito, o consumidor e as empresas que ofertam crédito. Também pela criação de disciplina escolar voltada ao desenvolvimento da consciência financeira voltada ao consumo racional de recursos financeiros. Além disso, através da criação de normas voltadas as campanhas de marketing, em que instituições financeiras ficam proibidas de induzir consumidores a adotarem atitudes impulsivas (crédito fácil, sem consulta aos órgãos de proteção), pois, assim cria-se o hábito de realizar poupança e planejamento no uso do dinheiro.