O escritor irlandês Bernard Shaw ponderava ser a vida muito curta para refletirmos a respeito de fatos os quais não fossem realmente significativos, e poucos assuntos são mais relevantes que a crise na educação financeira. Isso faz fomentar um debate contínuo na sociedade acerca desse tema. Nesse sentido, adensa essa problemática a falta de planejamento mensal de gastos juntamente com o consumismo exacerbado, agravado pela mídia, presente na cultura brasileira, que subtrai de maneira significativa a qualidade de vida da população. Em uma primeira análise, a desconstrução da precária educação financeira inerente aos brasileiros, passa, obrigatoriamente, pela criação de um planejamento mensal de gastos por parte de cada família, que deve conversar entre si e priorizar o que é essencial para sua vida e bem-estar cotidiano, deixando para segundo plano os gastos com materiais supérfluos. Essa necessidade explica-se porque, somente assim, os trabalhadores poderão ter um controle efetivo e satisfatório sobre seus salários. Em uma segunda análise, o agravamento do quadro financeiro presente na vida da maioria dos cidadãos deste país, possui direta relação com a crescente cultura do consumismo. Soma-se a isso as imposições feitas pela mídia — que tentam convencer o público de que precisam adquirir determinados produtos, a fim de se tornem mais felizes e realizados. Essa correlação existe porque essa nova cultura provoca nos indivíduos o desejo excessivo e inacabável pela compra de novos produtos, apenas para a satisfação momentânea ou para a ostentação de um padrão de vida que, na maioria dos casos, é superior ao que realmente possui. A deficiente educação financeira no brasil, portanto, tem como vetores a falta de planejamento mensal de gastos em paralelo a uma crescente cultura consumista na sociedade contemporânea. Para que haja a satisfatória superação dessa realidade, torna-se função de cada família procurar centros de auxílio, capacitados para a instrução sobre como a família deve agir para melhorar seus controles de gastos mensais e anuais, com a finalidade de obterem sucesso financeiro e uma vida mais regrada. Além disso, o Governo Federal deve criar campanhas de consumo consciente, assim como, desenvolver projetos expositivos que garantam que uma das condições necessárias para haver maior qualidade na vida dos cidadãos é o melhor controle de seus gastos, mostrando que devem se livrar da obtenção dívidas desnecessárias, e evitar, se possível, a obtenção de empréstimos — visto que existe a presença de juros altíssimos intrínseco à estes — com a intenção de que a população entenda que não precisa gastar excessivamente seu dinheiro para ser mais feliz.