A partir da expansão da influência da cultura de massa, a maioria da população brasileira começou a mostrar comportamentos de consumo excessivo. Somado a isso, a falta de uma educação eficiente para as questões financeiras desde a infância facilitou a consolidação do modelo de vida consumista e inconsequente se no Brasil. Tal comportamento leva alguns a gastar mais do que possuem e, assim, acumular dívidas, pois grande parte da sociedade encontra problemas em poupar os seus ganhos ou cortar gastos não necessários em determinado momento para pagar o que devem. Tangente a esses aspectos, a deficiente educação financeira desde a infância decorre de uma distribuição ineficiente dos conteúdos que a matemática abrange. A partir do estudo da matemática, é possível ensinar as crianças o básico sobre as questões financeiras. Porém, no Brasil essa matéria não tem sido utilizada para esse fim, o que se torna ainda mais explícito no Ensino Médio, em que se ensina parte do que deveria ser lecionado durante o Ensino Superior e se deixa para segundo plano o básico da matemática financeira. Esse fato faz com que a maioria da população não tenha consciência de como utilizar os seus recursos ao começar sua vida adulta, em comparação com países que utilizam o Ensino Básico focado em matérias que possam ser aproveitadas por todos em seu cotidiano. Além disso, percebe-se que a globalização influenciou intensamente a maneira de viver das sociedades, as quais passaram a ter uma grande quantidade de produtos disponíveis para o consumo. Em virtude disso, várias pessoas começaram a comprar sem planejamento, fato esse que levou a um aumento no número de devedores. Essa situação se manifesta na sociedade brasileira, que é fortemente influenciada pelos veículos midiáticos que apresentam inúmeras propagandas de produtos voltados para o consumo em massa e que induzem a sociedade a acreditar ser possível conquistar uma vida melhor através da compra de determinados produtos, como se observa nas propagandas de roupas e de bebidas alcoólicas. Dessa forma, é preciso mudar o atual contexto de ensino da matemática financeira para melhorar a questão econômica da sociedade brasileira. Logo, o MEC deve reformular a programação dos conteúdos de matemática dentro do Ensino Básico, dando mais enfoque para aquilo que se pode ser utilizado por todos em seu cotidiano. Isso pode ser alcançado através do aumento da carga horária da matemática ou até mesmo da criação de uma disciplina voltada somente para a educação financeira, separada da carga horária da matemática. Por outro lado, o Poder Público deve diminuir a propaganda de produtos na mídia, principalmente na televisão, para desencorajar o consumo exacerbado e inconsequente. Por fim, a sociedade deve promover conscientização sobre questões financeiras desde a infância através do incentivo da responsabilidade para com seu próprio dinheiro por meio das mesadas e da poupança.