Título da redação:

A deficiente educação financeira no Brasil

Tema de redação: A deficiente educação financeira no Brasil

Redação enviada em 24/09/2016

O Brasil teve grande crescimento econômico desde o início do século XXI. Esse fortalecimento da economia provocou alterações no padrão de vida e nos hábitos da população, que começou a consumir mais em decorrência dos maiores salários e do fácil acesso ao crédito. Nesse cenário, entrou em evidência a dificuldade dos brasileiros em gerir seu próprio orçamento. O momento de instabilidade político-econômica pelo qual passa o país agravou ainda mais a situação, fazendo com que grande parte das pessoas se encontre endividada. A análise desse contexto expõe o quão deficiente é a educação financeira no Brasil e a urgente necessidade de melhorá-la. Segundo pesquisa divulgada pelo SPC Brasil (Serviço de proteção ao crédito), mais de oitenta por cento da população faz compras sem planejamento, e mais de setenta por cento não possui qualquer investimento fixo. Esses dados são alarmantes e traduzem os maus hábitos financeiros cultivados pela maioria dos tupiniquins, dentre os quais ainda estão as compras por impulso e a falta de gerenciamento de gastos, condutas típicas de consumidores desinformados e despreparados, prejudiciais à manutenção de um mercado financeiro saudável. Além disso, o fato de a maioria da população brasileira não possuir sequer o mais elementar dos conhecimentos relativos à administração de seu próprio dinheiro faz com que, não raramente, a escolha errada seja feita frente a uma situação de dificuldade, o que termina por agravar ainda mais o quadro em que se encontram. É o que ocorre, por exemplo, quando é feito um empréstimo para sanar uma dívida já existente, ou mesmo quando, ludibriadas pelas promessas de altos ganhos em um curto espaço de tempo, as pessoas aderem aos já conhecidos sistemas de pirâmide. Desse modo, fica notória a necessidade de melhorar o nível da educação financeira que é fornecida à população no Brasil. Para tanto, é necessário ampliar, por meio do Ministério da Educação, programas que preveem a inserção obrigatória desse tema no currículo do ensino fundamental e médio do país, de modo a abranger todas as instituições públicas e particulares de ensino. Os educadores devem mostrar aos alunos a melhor maneira possível de lidar com o dinheiro e incentivar que o tema seja debatido com os pais, como forma de aumentar o alcance da iniciativa. Cabe ainda à população buscar informações disponibilizadas nos meios de comunicação, em palestras ou através de profissionais da área, para que consigam gerir melhor suas finanças, quitar dívidas e ter uma melhor qualidade de vida.