Pombinha, personagem d'O Cortiço, é vítima de ato libridinoso por parte de Leoni. Tal livro, apesar de ter sido escrito há muito tempo, narra não somente o preconceito e as diferenças sociais, mas também um sério problema atual no Brasil: o estupro feminino. Logo, é válido discutir tal violência, como esta pode ser disseminada e o que pode ser feito para combater esse mal. É pertinente destacar a falta de organização do sistema ao receber as denúncias. Muitas vezes na delegacia a mulher é obrigada a dar o depoimento ao lado do acusado devido a falta de estrutura, contrariando inclusive a própria legislação. Isso fica ainda pior quando ela é obrigada a repetir diversas vezes tal situação constrangedora, o que muitas vezes desmotiva a pessoa violentada a denunciar. Convém ressaltar que a mídia exerce influência na cultura do estupro. Através de propagandas que vendem a imagem feminina como objeto de prazer masculino (como é o caso dos anúncios de cerveja) a mídia multiplica o olhar machista e sexista, contribuindo ainda mais para prorrogação da violência. O caso piora quando a imprensa midiática glamoriza o estupro, a exemplo de novelas nas quais mulheres após serem abusadas na esquina por desconhecidos a noite passam por revés, voltando forte e com desejo de vingança. Fica claro, portanto, que o estupro, especialmente de mulheres, é uma ideia errada que ocorre no Brasil desde muito tempo. O poder judiciário poderia reduzir a burocracia nos casos de denúncia de estupro, para que a vítima não se sinta constrangida ao repetir um caso desconfortável tantas vezes e, além do mais, estruturar os centros responsáveis para acolher melhor tais denúncias bem como trabalhar, de preferência, com mulheres para que haja empatia no caso. Seria válido também se a mídia denunciasse o estupro em sua programação de forma mais real e informativa para alertar sobre os verdadeiros culpados: muitas vezes tios, primos, vizinhos, padastro, etc.