A cultura de estupro acredita que a agressão sexual acometida pelo homem é biologicamente determinada, ao invés de um comportamento aprendido. Além disso, é o único crime onde a vítima é julgada junto ao seu agressor. Uma vez que, ao denunciar a violência sofrida, é questionada sobre a legitimidade do fato. O termo foi usado na década de 70, para apontar comportamentos sutis ou explícitos que silenciam ou relativizam a violência sexual contra a mulher. No Brasil, embora esteja atualmente em pauta, a cultura de estupro é praticada desde o período colonial, quando a cultura machista impunha que a mulher negra fosse vista como objeto de desejo a ser possuída na condição de ser inferior pela sociedade patriarcal. No código penal, estupro é classificado como o ato de "constranger alguém, mediante a violência ou ameaça, a ter conjunção carnal com a ausência de consentimento". (Art. 123 Lei 12.015/2009). Segundo o IPEA ( Instituto de Pesquisa e Economia Aplicada), cerca de 90% dos agressores são homens e 88% das vítimas mulheres. Além disso, devido a sociedade machista e a banalização com que a mídia trata o assunto, a cada onze minutos, uma mulher é violentada no país. Tendo em vista os dados alarmantes, é preciso que a sociedade se conscientize, respeitando e apoiando a vítima ao invés de julgá-la. Que a mídia, como veículo de informações, informe a sociedade sobre a crueldade desse crime. E o governo, tome medidas cabíveis para a proteção das vítimas, e invista em uma lei que puna os agressores. Para que assim, a mulher volte a ter o direito de ir e vir em liberdade.