Título da redação:

Estupro? Meras heranças culturais!

Tema de redação: A cultura de estupro no Brasil

Redação enviada em 19/10/2016

Heranças culturais do patriarcalismo continuam influenciando a contemporaneidade por meio da cultura do estupro. Essa forma de violência assola, em sua maioria, o público feminino, causando danos irreparáveis a elas e uma moldura machista para as relações da atualidade. O Brasil lida com valores assustadores de casos com ocorrência de estupro. De acordo com o Ministério da Saúde, 70 % dos casos referem-se às crianças e adolescentes de até 17 anos. Propagar a seriedade dessas informações e a urgência da mobilização para tais é demasiado complexo, pois muitos casos não são denunciados: estudos do Ipea calculam que os casos relatados sejam cerca de 10% a 30%. Assim, abre-se uma brecha nas fontes pesquisa fundamentais para alertar a população brasileira sobre a violência sexual. A mídia e publicidade, diversas vezes, utilizam a figura feminina com objeto de prazer disponível a quem necessita satisfazer seus desejos, sejam eles agressões físicas, verbais, morais ou psíquicas. Tal concepção dispersa a igualdade de gênero e desfaz muitas oportunidades de relações amistosas dentro de uma sociedade. Ademais, no desenrolar da história, as mulheres foram associadas unicamente ao trabalho doméstico, privadas de opinião própria e desprovidas do voto dentro de governos nomeados “democráticos”. As abordagens anteriores refletem a extremidade do caos advindo do tratamento desumano para com muitas mulheres. Canais de denúncia precisam incentivar ainda mais a denúncia dos casos de violência contra a mulher, principalmente quando se trata de estupro. O governo precisa monitorar as leis e garantir que as punições recaiam a todos os fraudulentos. Investir na reeducação da sociedade patriarcal e machista é essencial para prevenir futuras gerações com as mesmas características, portanto, o Ministério da Educação possui a tarefa de reafirmar a igualdade de gênero e as consequências da cultura de estupro no Brasil dentro das escolas e na sociedade, e é dessa maneira que valida-se o pensamento do educador Paulo Freire: “Ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo”.