Título da redação:

Estupro Consuetudinário

Tema de redação: A cultura de estupro no Brasil

Redação enviada em 12/07/2016

Uma expressão em voga no Brasil é "Cultura de Estupro", que reflete uma problemática cujos expoentes já se manifestam, como o estupro de uma garota por mais de trinta homens no Rio de Janeiro. Longe de ser algo recente, a cultura de estupro é fruto de uma sociedade e religião patriarcais consolidadas há milênios no ocidente, assim como resulta do crescimento de uma cultura sexista e machista no Brasil, como se vê em letras de música que fazem claramente apologia ao desrespeito à vontade em termos sexuais. Nesse viés, o patriarcalismo visto na sociedade (herdado dos genos gregos) e religião predominante (catolicismo) promovem a dominação de um gênero (masculino) sobre outro (feminino), de modo que resultam, como esperado, em violência física/sexual. Diante desse quadro, evocando Zygmunt Bauman, eminente sociólogo polonês, que afirma que as pessoas se agrupam em sociedades para acalentar os medos, ou seja, incertezas diante do desconhecido, é evidenciada uma contradição no Brasil: a mulher vive uma situação sufocante, em meio a uma sociedade promotora de medos, que, ao responsabilizar a vítima pela violência sexual, incentiva os estupros. Outrossim, há o fato de que o número de estupros ocorridos e o número de estupros denunciados são muito díspares, uma vez que a maioria das ocorrências é menos explícita e a vítima se cala diante do medo da humilhação pública e de ser tachada pela sociedade. Em suma, tem-se que a "Cultura de Estupro" é uma problemática grave enraizada no cerne da sociedade brasileira. Para combatê-la, o governo estadual junto ao federal devem promover campanhas, palestras, cartilhas e debates para conscientização, deve também instituir mais delegacias de atendimento especial à mulher, que funcionem durante todo o dia.