O consentimento é a chave para se compreender e admitir que, existe uma diferença entre o começar e o parar. Inerente a isso, sobrelevamo-nos a cultura do estupro no Brasil, como uma conduta anacrônica, datada de iniqüidade. Por isso, é altamente propício destacar a culpabilidade da vítima vinculada à supressão de justiça, respectivamente. Em uma primeira abordagem, pode-se afirmar que, a sociedade moderna tende a normalizar o problema culpando a própria vítima. Seguindo essa mesma linha de raciocínio, observa-se a propagação de argumentos, tal como; “ela não presta” e “a roupa está muito curta”, assumindo um papel desmoralizador perante o corpo social. Logo, depreende-se que, além das lesões físicas o ser violentado ainda carrega a constante pressão construída por uma sociedade patriarcal, o que, acarreta em sérios danos psicológicos e sociais. Nessas contingências, tem-se uma ineficácia clara na justiça nacional, no que se refere à condenação dos estupradores. De maneira análoga, é pertinente salientar que, apenas 10% dos casos de estupro no país são realmente julgados e condenados, de acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, tendo em vista que, a vítima se sente vulnerável demais ao denunciar o agressor, pois não há uma proteção. Diante da relevância dos números e dos fatos, subentende-se que, o estigma será sempre atual se a mudança não partir de todos. Dado o exposto, fica claro que a cultura do estupro no Brasil é, portanto, uma abjeção de cunho primitivo, mas também, de representatividade de caráter humano. Sendo assim, faz-se mister que escolas, famílias e ONGS trabalhem juntas elaborando debates sobre o tema e principalmente sobre a figura feminina, para que estigmas sejam quebrados. Também é imprescindível que, o poder Legislativo brasileiro denote como pena a castração química, com o objetivo de atenuar os índices de estupros. E posterior a isso, é necessário que todos os meios de informação e comunicação em massa, contribuam através de propagandas informativas, veiculando o direito constitucional humano de querer ou não. Todas as ações em favor do bem comum.