Recentemente, um caso de estupro deixou o país boquiaberto: uma jovem de 16 anos foi abusada por mais de 30 homens que, como se o crime não fosse algo vergonhoso, gravaram o ato e o divulgaram na internet. Fatos como esse deixam claro que a violência sexual não é só uma realidade, mas também é um elemento cultural. A objetificação da mulher é um fato. São raros os comerciais de cerveja que não associam o produto ao apelo sexual do corpo feminino, pois a venda é direcionada ao público masculino. Isso faz com que muitos homens internalizem esses valores e que, dessa forma, passem a entender que a mulher deve sempre se submeter aos seus desejos. Tal fato torna o estupro um ato de responsabilidade de quem despertou o interesse e não do agressor. Consequentemente, nos deparamos com um quadro absurdo: segundo o Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 50 mil pessoas são estupradas por ano no Brasil, o que pode ser traduzido em um estupro a cada três minutos. A maioria das vítimas, no entanto, hesita em denunciar, pois há o receio de que a culpa caíra sobre elas mesmas e não sobre o estuprador. De acordo com o Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas, 90% das vítimas não denunciam o crime, fazendo com que a impunidade permaneça. Portanto, medidas são necessárias para o combate à chamada "Cultura do Estupro". O CONAR deve instituir uma nova regra que proíba a veiculação de propagandas que associem produtos ao corpo feminino. Já a Organização dos Advogados do Brasil, por sua vez, deve direcionar mais defensores públicos para levar a diante os julgamentos contra estupradores, a fim de mostrar à população que a impunidade está sendo combatida. O Ministério da Educação deve promover campanhas educativas nas escolas que preguem o respeito ao corpo e às vontades das mulheres.