A cultura do estupro existe porque há uma grande disparidade entre os gêneros, em que a mulher é vista como o ser inferior, sendo muitas vezes objetificada . Nota-se a ideia de inferioridade quando uma mulher possui um salário menor que o de um homem para ocupar um mesmo cargo, ou quando a sociedade trata um comportamento violento contra o sexo feminino como algo normal porque uma garota não seguiu um padrão moral aceitável ( padrão muito subjetivo). Sendo assim, a culpabilização da vítima aparece em frases como "ela provocou, pois estava com roupas curtas", ou até mesmo em palavras proferidas por um deputado bastante conhecido, que disse que não estupraria uma colega porque ela não merecia, como se alguma pessoa merecesse. Com essa mentalidade machista, que julga que uma mulher só deve ser respeitada se seguir determinado padrão moral, cria-se uma cultura em que a violência contra a mulher torna-se aceitável. Prova disso são os diversos relatos de estupro que tem vindo a tona após uma maior exposição do assunto pela mídia, sejam eles coletivos, numa rua escura, ou por um parente dentro de casa. E isso porque poucas mulheres ainda tem coragem de denunciar o que sofrem. Portanto, para por fim à cultura do estupro, mudanças devem ocorrer em diversas esferas da sociedade. Dentro de casa, com a desconstrução do machismo da geração já adulta e com a educação de crianças que aprendam a respeitar o próximo, independente do sexo e do comportamento alheio. Na mídia, com publicidade de incentivo a denúncias, de apoio e de respeito às mulheres e à sua liberdade. E no judiciário, com aplicação mais rígida e eficiente das leis existentes, além da capacitação adequada dos responsáveis para lidar corretamente com tal situação sem causar constrangimentos e julgamentos precipitados contra a vítima, recuperando assim a confiança necessária para que qualquer abuso seja denunciado.