O termo cultura pode ser entendido como hábitos e capacidades adquiridos pelo homem em uma sociedade, porém tal conceito não deve ser atribuído a algum comportamento benéfico para o meio. É importante enfatizar essa situação, pois, o estupro no cenário da sociedade atual, seja ela oriental ou ocidental tem se alastrado de forma a conceituarmos que há a formação de uma cultura presente no dia a dia da população e, a maneira como se tem convivido com ela, tem se mostrado como algo comum em nosso cotidiano. Pesquisas revelam que, no Brasil haja cerca de 50 mil casos registráveis de estupros por ano, isso significa que uma mulher é estuprada a cada 11 minutos conforme dados do IPEA (Instituto de Pesquisas Econômicas Avançadas), no entanto sabe-se que devido a casos em que não há denuncia, esses dados acabam sendo camuflados. Desde a infância as mulheres vêm sofrendo com este tipo de abuso e o que se percebe é que tal fato tornou-se habitual, pois, esse tipo de inseminação cultural do estupro tenha sua iniciativa nos próprios lares pelos próprios entes da família como pais, padrastos dentre outros. Em uma sociedade patriarcal, a mulher brasileira sempre foi estereotipada como um ser inferior e os casos de violência sexual contra a elas advém do poder do dado ao homem sobre ela ao longo da história, e isso não pode ser atribuído apenas a países pobres, pois a Suécia, por exemplo mesmo se tratando de um país desenvolvido, está entre que mais registram casos de estupro no mundo. Essa cultura é expressa pelo machismo que sempre coloca a mulher como culpada até mesmo nos casos em que a mulher é estuprada, pois sempre é questionada sobre a roupa que estava usando ou por onde estava passando, a que horas da noite ou que ambiente estava frequentando. É importante salientar, portanto, que todo processo de mudança efetiva demanda tempo. É preciso que haja uma mudança na filosofia do lar, apesar de ser mais fácil no discurso que na prática devido a muitos casos ocorrerem justamente dentro de casa. Esse tema deve ser abordado nas escolas de forma mais veemente, pois, só através de uma conscientização, o maior respeito às mulheres vai ocorrendo e que, apesar de ter se tornado comum, essa cultura que não é natural e que conforme a sociedade vá evoluindo espera-se que esse tipo de hábito tenha um fim.