Título da redação:

Cultura do estupro? Sim, ela existe.

Tema de redação: A cultura de estupro no Brasil

Redação enviada em 17/09/2016

O termo "cultura do estupro" foi criado para denunciar a normalidade com que o crime de estupro era visto na década de 70. Esse termo se intensificou na sociedade brasileira diante do crescente número de crimes desta natureza contra mulheres e crianças no país. Tal situação, diz muita duma nação que precisa, ainda, entender os verdadeiros valores de mulheres e crianças na esfera social. No Brasil, a discussão sobre o crime de estupro tomou força depois do bárbaro estupro coletivo no Rio de Janeiro, contra uma jovem de 16 anos. A maioria da sociedade, inclusive o delegado responsável, interpretaram que a moça dói partícipe do crime, afinal, "estava no lugar errado", " na hora errada", com as "vestes erradas", o que acabou provocando os desejos sexuais de homens que são, " naturalmente, "incontroláveis", "movidos por instintos sexuais". Contudo, o estupro não é uma questão sexual, não é condicionado pelo contexto. É, antes de tudo, um crime bárbaro, com sequelas físicas e psicológicas duráveis, às vezes, inesquecíveis. Infelizmente, o crime de estupro não se restringe apenas às mulheres. Crianças, de ambos os sexos, também são vítimas de violências sexuais diariamente. Segundo o IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), 50% dessa vítimas são violentadas por conhecidos, inclusive, familiares. Nesse contexto, compreende-se que aquele mal presente na década de 70, a cultura do estupro, a aceitação, a normalidade com que o tema é tratado, permanece na sociedade brasileira, comprometendo seu futuro e o desenvolvimento dos futuros agentes das transformações sociais: as crianças. Diante disso, é preciso tratar o assunto com urgência nas escolas, nas propagandas governamentais, nos lares, com ideais de ensino e conscientização quanto a necessidade de extinguir esse mal da sociedade contemporânea, por meio de palestras, discussões e campanhas para grandes e pequenos. Muito mais que isso, é imprescindível que as leis existentes sejam usadas adequadamente, os agressores cumpram integralmente suas sentenças, as vítimas sejam ouvidas e amparadas, não mais culpabilizadas. Para que assim, não se construa mais uma sociedade apática e insensível, mas outra, onde as mulheres tenham liberdade sobre o próprio corpo, sejam tratadas como seres humanos que vivem, sentem e produz. As crianças? Que sejam protegidas, cresçam livres de constrangimentos e felizes. Que suas únicas sequelas sejam os arranhões de suas brincadeiras da inocência.