Cultura, para os antropólogos, é definida como o conjunto de conhecimentos, atitudes e comportamentos que são manifestados e ensinados em uma sociedade, de geração por geração. No Brasil, mediante a conjuntura de crimes relacionados à violência sexual ou doméstica contra mulher surgiu o termo “cultura do estupro no Brasil”, criar essa expressão torpe e propaga-la de forma inconsciente, tem sido a mesma coisa que igualar o Brasil com países africanos como Namíbia ou Sudão, que nas suas culturas de fato, fazem com que as mulheres tenham suas genitálias mutiladas e sejam objetos de estupro pelos seus companheiros, ou ainda pior, seria nivelar esse termo com as manifestações como quadrilhas juninas, carnaval ou o Boi de Parintins que são de fato culturas populares brasileiras, com os atos bárbaros de indivíduos que comprovadamente possuem desvios de conduta social e psicológica. O Brasil de fato possui uma cultura machista, que muitas vezes enxerga o corpo da mulher como objeto de marketing, mas também é um país conhecido pelas leis fracas, tendenciosas, e principalmente pela impunidade, essa sim poderia ser anexada ao termo cultura, visto que esse quadro de injustiça está encravado na sociedade brasileira por anos, desde os tempos da colônia. Atualmente, diversas foram as conquistas das mulheres no âmbito referente ao combate à violência, Lei Maria da Penha e Feminicídio, e a delegacia da mulher são exemplos, porém, o ciclo do problema reinicia mediante a facilidade com que os meliantes têm de serem soltos, isso se forem presos, ou de sofrerem penas brandas devido à condição de serem menores de idade, como o caso do “menor” Champinha que estuprou durante cinco dias uma jovem, e depois a matou juntamente com o seu namorado. Elucidando os pensamentos de Maquiavel, o Estado deve mostrar sua capacidade de impor as leis e principalmente cumpri-las de forma assertiva e pragmática, podendo assim ser julgado por uns como duro, mas evitando futuramente a instalação de uma anarquia seguida de homicídios e crimes piores, através do cumprimento da lei, e principalmente da certeza da punição para aqueles que a infringem. Para que esse quadro mude, é necessário que a população além de fazer passeatas pedindo por mudanças políticas, peçam também por mudanças nos códigos penais, os poderes legislativo e executivo precisam ser reformulados e fortalecidos, para que aqueles que ousam infringir a lei, independentemente da idade, e tocar em uma mulher sem que haja consentimento dela, saibam que irão ser punidos severamente por isso.