Título da redação:

Cultura do Estupro como Construção Social.

Tema de redação: A cultura de estupro no Brasil

Redação enviada em 23/06/2016

É notório que a questão da cultura do estupro é um problema latente, devido aos recorrentes casos no Brasil. Como fator principal, emerge a ausência da representatividade feminina em setores de influência, assim vulnerabilizando a mulher a uma sociedade patriarcal. Como consequencia deste problema, influi casos de violência, sejam eles morais, psicológicos ou físicos, como o estupro. Primeiramente, é importante ressaltar que o estupro emerge de uma demonstração de poder, muito utilizado no período Imperialista, quando uma nação buscava demonstrar a conquista sobre a outra. De forma análoga, a mulher ainda é vista pela sociedade como propriedade, diversas são as propagandas direcionadas ao público masculino que sensualizam a figura feminina, tornando-a um objeto a ser desejado e dominado. Como consequencia, as mulheres, vítimas da sociedade machista, aprendem a ignorar abusos que deveriam ser penalizados, como, cantadas na rua, o passar de mão, o puxão de cabelo na festa e inevitavelmente o estupro. Na trilogia Millennium, do escritor sueco Stieg Larsson, a cena icônica da saga, é o julgamento do estupro que a personagem principal, Lisbeth Salander, sofre de seu tutor. Saindo das telas, a realidade é bem diferente, visto que, somente 10% dos casos de estupro são notificados as autoridades. Além disso, dos casos que são notificados, a mulher, que é vítima do crime, tende a ser julgada pela sociedade, que busca culpabilizar fatores externos, como roupas provocantes, encontros em festas e utilização de drogas, porém, nada que justifique o comportamento do estuprador. Dessa forma é visível que a cultura do estupro está impregnada na sociedade atual. De acordo com Aristóteles, a base da sociedade é a justiça, dessa forma, é preciso que as delegacias façam cursos preparatórios para lidar com as vítimas do estupro, buscando não constrange-las, para que as mesmas sejam capazes de denunciar seus agressores. Além disso, é interessante criar grupos de apoio nas comunidades com o intuito de confortar as mulheres, para que possam superar o trauma. Ademais, é preciso buscar o empoderamento feminino seja com divulgações nas escolas e universidades, com o uso de palestrantes ou em redes sociais e propagandas televisivas.