A problemática do estupro vem ganhando destaque na mídia e em debates públicos. A culpabilização do agressor ou da vítima é um assunto em pauta. A preocupação em descobrir o que leva uma pessoa a cometer violência sexual se tornou algo necessário em virtude dos altos índices desse tipo de crime e das graves consequências impostas as vítimas. A cultura do estupro não se refere apenas ao ato sexual, mas, compreende uma série de práticas e costumes que se enraizaram na sociedade, como os assédios em espaços públicos, músicas que tratam a mulher como objeto, pensamentos machistas que atribuem ao sexo feminino o papel de cuidar do lar, ou ainda a convicção de que pessoas que usam roupas curtas estão "pedindo" para serem molestadas. Essas práticas que cercam o tema do estupro contribuem para a manutenção da alta porcentagem de mulheres que sofrem algum tipo de assédio, mais de cinquenta por cento. Além disso, pensamentos de cunho machista ganham força e a culpa, muitas vezes, é atribuída a vítima, que, em grande parte dos casos, opta por não denunciar o agressor, fazendo com que esses atos criminosos tornem-se, aparentemente, pouco relevantes. Diante desse grave problema, faz-se necessário investimentos na educação que visem conscientizar as pessoas sobre relações de respeito, através, por exemplo, da divulgação pelos meios de comunicação da lei 12.015, que condena a prática do estupro. Também é importante a atuação do Ministério da Educação no que diz respeito a oferecer, principalmente por meio da internet, materiais que tratem de questões de gênero e ajudem a acabar com a cultura da desigualdade propagada no pensamento social.