Antes das mulheres conquistarem seus direitos, da minissaia e do decote, o estupro já acontecia. As índias, as escravas, as damas, todas sofreram abusos devido à ideia de que o sexo feminino é inferior e objeto do homem. Naquele tempo a mulher ter voz, denunciar era impossível e hoje em dia há o medo e a vergonha de ser considerada culpada. O descaso em que é tratado esse crime hediondo e os julgamentos ferem ainda mais a vítima. A cultura do estupro está implantada na educação brasileira, na qual a menina é ensinada desde muito pequena a se submeter ao homem como se fosse propriedade dele. Durante toda a infância a garota é ensinada que “deve se dar ao respeito” senão nenhum garoto irá querê-la, é orientada a aceitar que brincadeiras misóginas dos meninos são elogios ou por que eles gostam dela. É disciplinada a fazer as tarefas domésticas, aprender a cozinhar e cuidar dos filhos, caso contrário não será uma boa esposa. Todos esses ensinamentos vêm de séculos atrás, em que o sexo feminino era notado apenas para saciar os desejos masculinos, para ter filhos e cuidar do lar, uma mentalidade arcaica que ainda persiste em nossa sociedade. Desde as civilizações antigas o estupro acontecia e infelizmente é um crime em que a vítima é culpada junto com o agressor. Pois ela saiu tarde da noite, usou roupa curta, bebeu, transou com vários homens, entre outros, ser julgada faz com que poucas denunciem o crime. Porém, em sua grande maioria o abuso é cometido por pessoas muito próximas da vítima causando, mais receio em denunciar o crime. Muitas crianças e adolescentes são violadas seja verbalmente ou fisicamente, provando que o argumento que o abuso aconteceu por culpa da vítima é inválido. Todo homem é um estuprador em potencial, cabe a ele entender que isso é errado. Portanto, para que tenha fim à cultura do estupro é necessário que haja em escolas discussão de gênero, onde os meninos e meninas desde pequenos aprendam a se respeitar, através de atividades, técnicas entre outros. É de suma importância que as punições para esse crime sejam mais duras e que a lei seja cumprida, através de delegacias para mulher especializadas e também a liberação do aborto. A presença do feminismo é fundamental, pois ele é um movimento que “empodera” o sexo feminino, que instiga as moças a lutar pelos seus direitos e não parar até consegui-los.