Título da redação:

Como combater a cultura do estupro

Tema de redação: A cultura de estupro no Brasil

Redação enviada em 28/06/2016

A moderna sociedade humana organizou-se, desde muito cedo, como uma sociedade patriarcal. O papel da mulher somente foi seriamente questionado a partir da segunda metade do século XX. Mesmo na atualidade, a mulher ainda é vítima do machismo presente na sociedade. Neste sentido, a violência sexual contra a mulher tornou-se algo trivial, até mesmo ocorrendo inversão de valores, culpando-as pela violência que sofrem. Somente uma punição efetiva dos crimes contra a mulher, aliada a uma profunda mudança na mentalidade social serão capazes de sanar este problema. Cabe ao Governo, através da sua rede de educação, incentivar as mudanças necessárias, além de punir com rigor quem comete esses crimes. Casos recentes como o estupro coletivo ocorrido no Rio de Janeiro mostram o quanto precisamos avançar. Apesar da barbárie, muitos questionaram nas redes sociais a respeito do comportamento da vítima, como se ela tivesse alguma culpa na ação. Este tipo de atitude, além de imoral, legitima a violência e incentiva novas práticas pois tira o foco da questão principal: não importa quem é a vítima, se ela sofreu violência, o crime foi cometido e é preciso que haja consequências. Entretanto, não existe um consenso sobre a melhor maneira de se lidar com a punição de crimes sexuais. Enquanto alguns defendem penas convencionais – como a reclusão – outros propõem métodos agressivos como a castração química. É preciso, antes de mais nada, ter consciência que um crime não justifica outro e que os direitos humanos devem ser observados independente de quem seja. Por isso, os métodos convencionais ainda são os mais indicados para punir este tipo de conduta. Assim, lidar com o problema da prevenção de crimes de estupro demanda um trabalho de base, que se inicia na educação das crianças tanto por pais, quanto pelo Estado. Este deve valer-se de seus poderes para aplicar a devida punição aos infratores, mas principalmente, utilizar-se de suas instituições para a disseminação de uma cultura de igualdade entre os gêneros. Aos pais cabe serem os guardiões da moralidade e da compaixão pelo outro. Por fim, o Estado deve priorizar nas escolas, campanhas que incentivem as crianças a terem respeito pelos outros e que evidenciem que todos são iguais, independente do sexo, pois, conforme prega o filósofo Immanuel Kant, o homem não é nada além do que a educação faz dele.