Título da redação:

Atos dos homens. Deveres das mulheres

Tema de redação: A cultura de estupro no Brasil

Redação enviada em 30/06/2016

A cultura de estupro perpetua-se por séculos e de maneira silenciosa na sociedade brasileira. Isso se evidencia pela normatização da violência contra a mulher em consonância à desigualdade de gênero. Eventos, que colaboram para o aumento da violência sexual e que somam centenas de vítimas a cada ano. O ato sexual não consentido é crime no país, no entanto, ele ocorre regularmente, principalmente com mulheres. Os agressores, muitas vezes, apresentam ausência de culpa e sentimento de posse da vítima. Esse cenário advém do desenvolvimento das sociedades patriarcais, como Grécia e Roma, que deram origem às diversas nações e que, durante as grandes navegações, levaram seus costumes e hábitos para as colônias, como o Brasil. Nelas, os homens foram considerados líderes e constituídos de mais direitos que o gênero oposto. Não obstante, apesar das leis e os direitos terem evoluído, a herança das velhas sociedades ainda persiste: a mulher é retratada como objeto e quando violentada pode ser acusada de culpada pelo agressor, por ter supostamente vulgarizado e incentivado o delito. Outrossim, a desigualdade entre os gêneros delimita o papel dos indivíduos na sociedade. Para Pierre Bourdieu, as representações do masculino e feminino estruturam a percepção e a organização de toda a vida social, estabelecendo uma divisão de poderes e operando como verdades fundadas na coletividade. Ou seja, desde o nascimento, são impostos fatores limitantes: homem não chora, não expressa sentimentos, é bruto e deve cuidar da família; por outro lado, a mulher é vinculada ao sentimentalismo, à fragilidade e aos deveres domésticos. Com isso, diante dessa separação de deveres, a sociedade desenvolve a cultura de estupro, levando muitas pessoas a sofrerem violações, inclusive dentro dos matrimônios. Dessa forma a cultura de estupro funda-se em uma sociedade machista e desigual. Para mudar esse cenário a Secretária de Políticas para as Mulheres deve ser mais eficiente. Ela deve criar campanhas nos meios de comunicação de massa e levar às cidades, palestras e eventos que ensinem a população a perceberem o crime sexual e a delatar os culpados. Ademais, o Ministério da Educação deve priorizar o debate nas escolas sobre diferença de gênero, levar discussões e aulas expositivas. Para isso, os professores devem ser preparados com cursos e palestras sobre o tema. Assim, somente a educação pode mudar o Brasil e confrontar pensamentos enraizados que ferem os direitos à igualdade.