A cultura do estupro esta longe de ser apenas aquilo que vemos ou aquilo que é julgado socialmente as punições existem, as investigações nem tanto, não há de fato monstros cinematográficos que espreitam bueiros mal iluminados, o olhar para com isso é oque torna essa cultura tão aceita e ao mesmo tempo tão enojada. Na década de setenta com a segunda grande onde feminista o julgamento do estupro como sendo doença do homem ou necessidade masculina caiu por terra, oque temos que entender é a violência e o controle de expressões que a sociedade exige de cada homem não como uma justificativa, mas uma possível raiz desse problema. Quando um de nossos filhos do sexo masculino acaba por brigar na escola e sai machucado por mais que ele não queira brigar o forçamos a isso com palavras do tipo devolva na mesma moeda ou pejorativas humilhando a criança ‘ você é homem ou não é? Bata nele de volta’, ou comentários do tipo ‘homem não chora , engole esse choro’ de fato não deixando o sexo masculino se expressar, os meninos tem que ser amigo das meninas sem complicações ou preconceitos sociais, dessa forma podemos garantir um adulto mais expressivo e entendido de si mesmo. De fato não queremos a punição dado por lei, queremos justiça, nos tornamos justiceiros , quando um caso acontece , e o estuprador é preso, sabemos oque ele recebera nas celas, estupro. Uma violência gerando outra, não tem punição pra esse tipo de estupro, ele é infelizmente mais liberal que o estupro fora das grades, fazendo com que essa corrente nunca termine, um vicio e nesse caso uma cultura de estupro. A lei peca por saber como trabalhar com esses casos, e a delicadeza de cada vitima e a dificuldade da exposição dela, os órgãos judiciários é bem rígida nas punições com esse tipo de crime em contra partida a investigação não, dificilmente vemos casos com inicio, meio e fim. Exposição excessiva e controle midiático relacionado às maiores lucros, o capitalismo de fato, faz aquilo que mais vende sem ver a quem, oque influencia e cria pensamentos que legitimam esse tipo de fazer. No ENEM (exame nacional do ensino médio) de 2014 abordou um tema para redação sobre exposição infantil, uma das decorrências dessa exposição é sim uma vulgarização da criança, além podemos pensar em propagandas de cerveja, festas como o carnaval, academias no âmbito mais local, enfim, a ‘objetificação’ tanto feminina como infantil vende muito, e esta na cultura brasileira essa visão. Contudo podemos assumir que o maior problema é o olhar social , uma reeducação ao olhar para vitima , ajudaria em questões de julgamento como pessoa retirando a culpa de ser estuprada , também implicaria no aumento e na melhoria das investigações tanto fora quanto dentro de penitenciarias , a retirada de imagens abusivas da mídia como controle cultural daria por fim à cultura do estupro