Título da redação:

A pertinência da cultura do machismo e do estupro no Brasil

Tema de redação: A cultura de estupro no Brasil

Redação enviada em 22/06/2016

A cultura do estupro tange-se, inteiramente, à cultura do machismo, em outras palavras, uma não existe sem a presença da outra; desde os tempos coloniais, o machismo juntamente com a cultura do estupro se perpetua através dos séculos, isso se justifica pelo fato da sociedade brasileira ser construída a partir do viés patriarcal, demonstrando que esta mentalidade, ainda que colonial, é recorrente. Na sociedade colonial brasileira, eram frequentes casos de estupros para com escravas, a partir da lógica de propriedade privada, os senhores usufruíam de suas “propriedades” adquiridas pela base econômica escravocrata, para satisfazerem seus desejos sexuais. Nota-se, atualmente, que a sociedade vigente carrega marcas deste passado obscuro, as estatísticas demonstram que a percentagem de mulheres que sofrem abusos sexuais é alta, além disso, a percentagem de mulheres negras que são abusadas física e sexualmente, é mais alta que a percentagem de mulheres brancas, nestes casos em que as vítimas são as mulheres negras, percebe-se que além da cultura do machismo e do estupro, também se torna visível a cultura do racismo. Exemplificado às explanações anteriores, alguns casos surgiram, recentemente, nas grandes mídias denunciando essa violência contra a mulher, estupros ocorridos nos estados brasileiros, Rio de Janeiro e Piauí, foram estupros coletivos, as vítimas foram subordinadas a diversos agressores, além disso, ao menos no caso que ocorreu no estado do Rio de Janeiro, os vídeos foram publicados em redes sociais, expondo gratuitamente a vítima, antes mesmo de esta denunciar o ocorrido à polícia local; é importante ressaltar, também, que os casos ocorridos tiveram intervalo de duas semanas, demonstrando que essa violência em específico é recorrente. Os agressores não possuem perfis, em outras palavras, os atos podem ser efetuados por qualquer ator social desconhecidos da vítima ou até mesmo, conhecidos, neste último, um exemplo são os casos de abusos para com adolescentes e crianças, estes casos, por sua vez, possuem o percentual alto, além disso, muitos dos agressores são os próprios companheiros das mulheres, demonstrando que a violência pode começar em casa. O Feminicídio – morte violenta contra a mulher por questões de gêneros – ocorre em diversos estados brasileiros, o Piauí, recentemente, foi decretado um dos estados mais violentos do Brasil e perigoso às mulheres, segundo pesquisas feitas no local baseadas em mortes por Feminicídio, por outro lado, este mesmo estado, adotou medidas que tangem as políticas sociais de proteção às mulheres, bem como capacitação a polícia, hospitais com áreas próprias e reservadas, campanhas, intensas investigações e centros de referência à vítimas de estupro. Portanto, o debate a cerca da cultura do estupro e da cultura do machismo que, atualmente, tornou-se uma das maiores pautas sociais, deve prolongar-se até as estatísticas mudarem; para reduzir o índice de Feminicídio e do abuso físico e moral às mulheres, algumas medidas devem ser tomadas: discussões envolvendo gêneros nas escolas, exemplos de medidas adotadas pelo estado do Piauí que abarcam políticas sociais de proteção às mulheres, e devida punição aos agressores, visando, sobretudo, a proteção às mulheres e a segurança de ir e vir das mesmas.