O caso de uma adolescente estuprada por 30 homens, no Rio de Janeiro, chocou todos os brasileiros, mas também mostrou as opiniões retrógradas que muitos têm, em relação ao estupro. Diversos pensamentos, com o intuito de culpar a vítima, foram publicados nas redes sociais, tentando justificar o ato cruel que a jovem sofreu. Dessa maneira, pode-se enxergar uma sociedade brasileira machista e patriarcal, em que se objetiva a mulher sexualmente e que defende o acusado e julga o acusador. Primeiramente, é comum ver uma cultura de assédio que as mulheres sofrem em seu cotidiano. A ONG “ActionAid” divulgou uma pesquisa, na qual 50 % das mulheres entrevistadas já foram perseguidas, após sofrerem assédios. Com isso, a mulher necessita enfrentar o medo e a insegurança diariamente, pois; infelizmente, a maioria dos homens cometem atitudes que são inviáveis para uma sociedade que se preze pela ética e moral. E, justamente, esse medo e essa insegurança que geram o maior obstáculo no combate ao estupro: o silêncio. Apenas 1 em cada 10 mulheres, que sofreram abuso, denuncia o crime, segundo o IPEA. Isto é, as vítimas ficam coagidas, devido à incerteza de punição do estuprador e ao julgamento da sociedade juntamente com a marginalização de quem sofreu o abuso. Fica claro, portanto, que é preciso repensar a abordagem que se dá a discussão do estupro, visto que, não se respeitam os princípios éticos e morais. É fundamental abordar o assunto de igualdade de gênero nas escolas, visando conscientizar os meninos a tratarem as meninas com respeito, desde cedo. Além disso, se faz necessário a criação de mecanismos que incentivem as mulheres a denunciarem, como a ampliação de canais de denúncias anônimas e a prisão preventiva de suspeitos até serem julgados. Está na hora de, realmente; amenizar o sofrimento da vítima e punir, de fato, o bandido.