'O estupro é um processo consciente de intimidação através do qual todos os homens mantêm todas as mulheres debaixo do medo'. O trecho é da jornalista canadense Susan Brownmiller, e evidencia uma sociedade patriarcal e machista vivenciada até hoje. Por isso, impor uma “descultura” a esse caso é sinônimo de um equilíbrio social e de redução do medo e violência provocada pelo mesmo. O Brasil, assim como o mundo, é um espelho do seu passado em termos culturais. O homem sempre foi visto como um ícone de força - em ambos os sentidos - e a mulher como o símbolo reprodutor e sexual. Essa discriminação resulta na inferioridade e agressividade feminina, relatados em pesquisas feitas pelo Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada, visto que a cada dez minutos, uma mulher sofre abuso. Isso leva a crer que o sexo masculino é um estuprador em potencial, ou seja, tem total poder e força para o ato, mas sem generalização da prática. O conceito de cultura é basicamente um aprendizado ao longo do tempo, uma forma de viver baseada nos costumes, tal como o estupro. Ele se propaga em todos os meios, de todas as formas e por todas as faixas etárias. Por essa razão, as escolas, juntamente com os pais, deveriam ensinar para as crianças a não estuprar, ao invés de como não ser estupradas; a mídia, por sua vez, evitar o uso do corpo da mulher como meio de atração ao seu produto, além do Governo e redes sociais realizarem campanhas para conscientização em massa. Por meio dessas medidas, é visto que a luta das mulheres por sua segurança e respeito não deve ser solitária. Uma prática habitual e tão frequente de crimes é de interesse de toda a população, e a união de todos por uma vida mais justa é a solução para tal causa. Pois, assim como dizia Nelson Mandela, a igualdade social é a única base para a felicidade humana.