No século V, os bárbaros assolaram a Europa, com saques, homicídios, sequestros de mulheres e crianças e estupros. Assim, o feudalismo e, consequentemente, os cavaleiros, surgem com o intuito de proteger a todos. Ainda assim, a situação da mulher não mudaria tanto, pois seu papel era extremamente submisso e limitado - para uma melhor dimensão, casos de estupro eram atentados contra o homem, pois a mulher perdia o valor como propriedade que era. Embora o papel feminino tenha mudado na sociedade, o machismo e a cultura do estupro ainda são perpetuadas. Isso pode ser visto no Brasil, que é o sétimo no ranking mundial de violência contra a mulher, segundo o Sistema de Indicadores de Percepção Social (SIPS) do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), incluindo agressões verbais, físicas e sexuais. Esse cenário é um reflexo da sociedade de um modo geral, em que esses ataques ainda são praticados por causa da cultura de objetificação feminina, vulnerabilidade e impunidade. Como resultado, existem questionamentos pouco ou nada pertinentes a esses ataques. Mulheres são indagadas sobre suas roupas, horários em que saem, sua sexualidade e moral. Um caso recente é de uma jovem de 16 anos estuprada por 33 homens, e, muitas vezes, o centro da discussão era o local, o fato de ser uma usuária de drogas e mãe adolescente. O ponto central deveria ser a atrocidade cometida, e não relativizar o contexto, mostrando que ninguém quer admitir que o problema é real e deve ser trabalhado. Além disso, existem poucas denúncias, devido ao medo, vergonha e conformidade. Outra pesquisa do IPEA mostra que menos de 1% de todos os casos terminam em condenações devido à falta de funcionários e defensores públicos nos juizados, e, repetidas vezes, há descaso no momento em que o boletim de ocorrência é feito, inibindo a vítima de modo humilhante. Portanto, medidas são necessárias. A fim de diminuir a cultura do estupro e sua ocorrência, é preciso que o MEC institua palestras nas escolas para desconstruir a função social da mulher. É indispensável, também, o aumento do número de defensores públicos, através de parcerias do Ministério da Justiça e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a criação de mais Delegacias da Mulher pela Secretaria de Segurança Pública e uma Ouvidoria Pública online elaborada pela Polícia Civil.