"Mulher que mostra o corpo não pode reclamar se for estuprada". "(...)mas também, estava alcoolizada e de minissaia...". Pensamentos assim, contribuiu e ainda contribui para que boa parte da sociedade veja a vítima como culpada pela violência sexual sofrida, e assim permanece o sentimento se impunidade dos agressores, prejudica a atitude de denunciar, aumentam-se os abusos, e a cultura de estupro vai ganhando força. Segundo o Ministério da Saúde, 70% das estupradas são crianças e adolescentes de até 17 anos onde, na maior parte dos casos, a violação é feita por conhecidos e familiares. Conjugadas a ameaça, sentimento de culpa e constrangimento, ocorre o silêncio, a dificuldade de percepção por outros e, consequentemente, sérios danos à vítima, principalmente psicológicos, a ponto de haver, em certos fatos, o suicídio. Isso mostra que é preciso um amparo melhor a elas e punições mais severas aos delinquentes. A ideia remota de que o homem pode mais, prevalece atualmente e é perceptível em argumentos de muitas pessoas, o que auxilia em certas "defesas" de alguns atos hostis masculino, em relação ao sexo oposto, naturalizando o processo de desigualdade e ocorrências de desrespeito. É notável, em algumas musicas, a apologia ao sexo de uma forma que, põe o homem como um predador sexual e a mulher como a presa e objeto de prazer. É ofensivo, desconfortável, porém, muitos ouvintes curtem o que favorece a contínua criticidade equivocada em relação as mulheres no corpo social, assim refletindo no aumento do assédio sexual, piadinhas que aflige a moralidade e sentimento de desvalor, Enquanto a mulher for o pedaço de carne que gira no forno enquanto assa e o homem, o cachorro faminto que baba enquanto observa, a cultura de estupro continuará, e os crimes crescerão. É preciso que o incentivo a denuncias tenha mais foco em escolas e mídias, com maior proporcionalidade, além de profissionais auxiliando como reconhecer uma vítima de estupro, e como a população pode ajudar. A educação dos pais é muito importante para que o filho(a) aprenda o que é violência e sexual e como agir, bem como, respeitar a mulher e a construir sua criticidade embasada no respeito, no altruísmo, longe do senso comum e, dessa forma, é possível que a cultura do estupro seja, numa nova era, apenas um passado de uma sociedade carente de sabedoria.