Crimes hediondos são aqueles reconhecidos pela Lei 8.072 de 1990 como de extrema gravidade e recebem tratamento mais rigoroso, sendo por isso, inafiançáveis e insuscetível de graça, anistia ou indulto. O estupro é considerado um crime hediondo, entretanto não é investigado como tal. Conforme dados do Ministério da Saúde, 70% das vítimas de estupro são crianças e adolescentes de até 17 anos, e predominam-se os casos em que os agressores são pessoas próximas as vítimas, como parentes e amigos da família. Além disso, dados da OMS (Organização Mundial da Saúde) indicam que uma a cada três mulheres sofre violência doméstica. Segundo estudos recentes do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) apenas de 10% a 30% dos casos de estupro são denunciados. A baixa denúncia se deve a diversos fatores como a vítima ser sempre culpada ou desacreditada, falta de apoio dos familiares e amigos, falta de investigação do crime, além dos culpados não serem punidos. Fica evidente, portanto, a necessidade de erradicar a cultura de estupro no Brasil. Para isso, deve-se trata-lo como o crime hediondo o qual ele se qualifica. Cabe ao governo federal assegurar que a legislação seja cumprida e os agressores sejam punidos, além de assistir as vítimas com atendimento médico e psicológico. O Ministério da Educação deve inserir na matriz curricular das escolas o debate de gênero, o qual deve ser incentivado pela mídia e pela família. Por fim, é essencial incentivar a vítima a denunciar e assistir suas necessidades.