O caso de estupro coletivo que ocorreu no Rio de Janeiro contra uma jovem de 16 anos foi amplamente divulgado na sociedade. Com isso, discute-se sobre o estupro como uma questão enraizada na cultura dos brasileiros. Porém, esta não é uma realidade recente, já que sempre esteve presente no cotidiano das mulheres não só do Brasil como também do mundo. A figura da mulher na sociedade brasileira é estereotipada como aquela que deve ser sucumbida aos desejos masculinos. Desta forma, as vítimas do estupro são muitas vezes julgadas como culpadas e merecedoras de tal crime. Crucificadas socialmente, se veem inseridas em um contexto machista, no qual a violência é disseminada em todas as suas formas. Sendo assim, a repressão a que são submetidas faz com que não haja denúncia contra o agressor, tornando invisíveis 90% dos casos. É notório que no Brasil a falta de suporte às vítimas e de punição aos agressores gera a crescente banalização do estupro, Quando denunciados, os crimes não são investigados, revelando a inércia dos órgãos públicos perante a situação. Aliado a falta de apoio familiar das vítimas, a reversão deste quadro infelizmente se vê distante. Portanto, medidas são necessárias na tentativa de mudar esta realidade. É imprescindível que o Estado crie portais de denúncias anônimas, para que as vítimas se sintam mais seguras a delatar os crimes. Junto a isso, a investigação e punição mais severas dos casos, com a criação de órgãos especializados que estejam presentes em todos os municípios. Segundo Immanuel Kant, o ser humano é aquilo que a educação faz dele. Logo, é preciso também que o MEC institua aulas a respeito da igualdade de gêneros nas escolas e universidades, visando uma mudança na forma com que o estupro é visto na sociedade, além da diminuição da incidência de crimes desta natureza no país.