Título da redação:

A cegueira punitiva

Tema de redação: A cultura de estupro no Brasil

Redação enviada em 31/07/2016

A relação entre o estupro e a desigualdade de gênero possui uma faceta histórica ligada aos primórdios da civilização. Com a premissa de que as mulheres seriam submissas aos homens, proliferou-se um comportamento obsoleto baseado na objetificação sexual feminina, observado de forma incólume na sociedade brasileira. Historicamente, desenvolveu-se no Brasil um ideal segregacionista, visto que a função social da mulher resumia-se à resignação. A coibição do livre arbítrio feminino – exemplificado por meio da oneração de atitudes, vestimentas e ideais considerados inapropriados – propiciou um cenário de estupro epidêmico nacionalmente, verificado através da impunidade legal acerca de tal crime. Dessa forma, vivemos – no século XXI – em um círculo vicioso implícito: quanto mais o estupro se prolifera, maior é a negligência envolvida e, consequentemente, maior é a agrura do agredido, possibilitando, então, um cenário violento e intolerante. Atualmente, a cultura de estupro ocorre devido à obsolescência daqueles que acreditam na animalização do agressor – como se este não pudesse controlar seus anseios – e na culpabilidade da vítima – como se esta fosse a responsável por tal agressão. Ademais, a objetificação sexual ocorre por meio de diversos fatores, tais como a alienação midiática. Propagandas abusivas apresentam a figura feminina de maneira conotativa, incentivando um preconceito de cunho nacional. Tal atitude ocasiona uma cegueira arcaica na população, expandindo a liberdade do agressor em abusar da vítima publicamente. Portanto, tal cegueira deve ser combatida com um colírio essencial: o respeito. Quanto mais o Governo investir em campanhas contra o estupro e transmiti-las diariamente em diversos meios de comunicação, maior será o pensamento crítico dos brasileiros. Deve-se intensificar a fiscalização nacional com o desenvolvimento de leis que punam – de fato – os agressores, proibindo autoridades policiais de desmoralizar o agredido. Assim, a igualdade apenas reinará, no Brasil, quando este holocausto chamado estupro cessar.