Em relação aos casos de estupro que vêm acontecendo no Brasil, podemos observar que existe um certo descaso tanto por parte da população quanto do estado, o comportamento das pessoas é no mínimo preocupante, sempre tratando o assunto como algo secundário e corriqueiro, perpetuando assim estes lamentáveis ocorridos e transformando os em algo normal, formando assim uma espécie de cultura do estupro. Tudo começa com a educação, pois esta questão está intimamente ligada ao machismo, meninos desde cedo aprendem com os pais que ‘’Homem não chora, e que se alguém o está incomodando na escola, a solução é bater de volta’’ Jovens e adolescentes aprendem com seus amigos a assediar moralmente e fisicamente as menina, isto está dentro das casas e se tornou algo inerente das famílias também, não só brasileiras, mas de todo o mundo, tratar as mulheres como objetos que estão para serem tocados e usados no momento que seja conveniente. As penas para quem pratica estes atos horríveis ainda são brandas, contribuindo ainda mais para que isso possa continuar, os casos de estupro são em sua maioria praticados por pessoas próximas, dentro de casa, por amigos, ao contrário do que se pensa a violação sexual na rua é a que menos ocorre, e por vezes estes não são levados a diante, por as vítimas acharem que é algo normal ou por não se sentirem confortáveis em falar do assunto, devido à forte opressão da sociedade machista, que diz que por usar roupas curtas, estar bêbada, ou até mesmo caminha na rua em determinados horários possa fazer com que a responsabilidade seja delas mesmas, têm medo que a culpa recaia sobre elas, então acabam por optar pelo silêncio. Por tanto, a cultura do estupro no Brasil persiste basicamente devido a falta de conscientização da população, e também uma punição mais severa. Um investimento em uma educação que aborde esse assunto e ensine às crianças o valor e a importância que tem o corpo de cada um, e ensine a respeita lo, aliado a uma política de repúdio à violência sexual, dotada de leis previstas no código penal, que regulamentem com mais vigor a infração neste âmbito, certamente combateriam com uma significativa eficácia a violência contra a mulher nos tempos atuais.