Título da redação:

Conscientização da água: por um bem maior

Tema de redação: A crise hídrica brasileira: sustentabilidade da sociedade e da gestão pública.

Redação enviada em 02/03/2017

''O sertanejo é, antes de tudo, um forte'' Euclides da cunha em Os sertões retrava a situação de promiscuidade e de seca no nordeste brasileiro que sempre padeceu por problemas de estresse hídrico. No entanto, quem atualmente vem tendo preocupações a esse respeito é a região sudeste, mais precisamente o estado de São Paulo, que por falta de chuvas se vê na iminência de um racionamento. Contudo, não só o fator climático contribui para essa situação, mas todo um conjunto práticas e de desperdício que só reforçam a ideia de que quanto mais se tem, menos se valoriza. A partir desse contexto, é preciso entender quais as razoes que ainda motivam a má distribuição da água no Brasil, bem como os efeitos disso para o corpo social. É importante ressaltar, primeiramente, que embora o Brasil seja o país com maior quantidade de água por capital do mundo, o desmatamento nas nascentes e a má destruição da água dificulta a disponibilidade para os cidadãos. Isso acontece porque alguns estados brasileiros apresentam falhas, principalmente no que se refere ao planejamento no manejo dos recursos hídricos. Além disso, os rios e as nascentes brasileiras estão cada vez menos protegidos, visto que a região do cerrado, por exemplo,onde se encontra a maior parte das nascentes das bacias hidrografias, hoje, se encontra cada vez mais devastada, o que dificulta o transporte da água. Com isto, além dos fatores estruturais, o desperdício de água pela população e empresas também colaboram para a situação de escassez em que o Brasil se contra hoje, contrariando, assim, não só a vangloriada conscientização, mas também a temática do filósofo Richard Foster, a qual deve-se ter sempre em mente o equilíbrio necessário entre desenvolvimento econômico e saúde ecológica. Nota-se, em contrapartida, que, mesmo com o direito à água garantido e respaldado pela Constituição Federal de 1988, o cumprimento dessas leis ainda não é garantido de forma coesa e uniforme. Isso acontece porque, há anos, o governo não investe fortemente no manejo da água, visto que tais falhas estruturais de captação e na distribuição de água ainda se fazem presentes no cenário do pais. Nessa perspectiva, para sanar o atual cenário de falta de água no Brasil, é importante que as esferas governamentais observem exemplos de medidas de saneamento como as de israel, por exemplo, que embora tenha 60 % de seu território formado por regiões desérticas, é um dos maiores na questão de tecnologias aplicadas ao aproveitamento da água. Medidas como dessalinização da água do mar e irrigação por gotejamento fazem com que o desperdício nesse país seja mínimo. Fica claro, portanto, que é preciso repensar o uso da água e usá-la racionalmente, evitando o desperdício e encorajar os outros a fazer o mesmo. A fim de atenuar tal quadro, é de suma importância que o Poder público se atrele às empresas através de ações afirmativas, com a finalidade de frear o desmatamento e garantir a restauração da vegetação nas margens de rios e nos entornos de nascentes, bem como mais investimentos ligados ao sistema de abastecimento e na distribuição de água, com projetos de salinização da água do mar feito as de Israel , por exemplo, para que o acesso à água finalmente possa ser para todos. Além disso, as Escolas devem trabalhar juntamente com as comunidades, por meio de projetos, bem como a criação de uma ''Semana de Conscientização da água'', por exemplo, a fim de repensar o uso correto da água. Isso com o objetivo de tornar esses cidadão comprometidos na construção de uma sociedade mais justa. Afinal, muitos Severinos, muito além dos de João Cabral, fugidos da seca ou não, ainda hoje vivem - iguais em tudo - nos cantos que contrastam com as ricas paisagens das cidades brasileiras.