Para a Biologia, os seres humanos são constituídos por 70% de água; para a Geografia, a água compõe ¾ do planeta Terra; para a História, as águas do rio Nilo tiveram extrema importância para o desenvolvimento da civilização egípcia. Apesar da Biologia, Geografia e História serem conhecimentos produzidos pelos humanos, a humanidade ainda não demonstra total consciência da importância da água. Por isso, a sociedade brasileira encara crises hídricas sem preparo para solucioná-las. Nos últimos anos, o estado brasileiro São Paulo encarou uma profunda crise hídrica; as chuvas se tornaram escassas e um dos principais sistemas de distribuição de água de São Paulo teve seu nível reduzido. Apesar de ela mostrar o quão necessário é o consumo inteligente da água, nem o estado nem os moradores trataram o consumo de água de forma sustentável após a pior época da crise. Apesar de o estado ter implementado as chamadas “bandeiras” na conta de água – a qual faz quem gasta mais água pagar um valor mais elevado na conta – os consumidores não mudaram sua forma de utilizar esse recurso tão necessário. Segundo a Carta Capital, em fevereiro de 2015 o consumo de água chegou a aumentar 19%. Cobrar sem conscientizar, portanto, não se mostrou uma medida eficaz. Os problemas com o consumo da água, entretanto, transpassam os meios sociais e chegam ao ecológico. O desmatamento, por exemplo, contribui para uma menor ocorrência de chuvas. Apesar de não haver estudos científicos que comprovem que o desmatamento causou a seca no Sudeste, é sabido que diminuir a quantidade de árvores também diminui a quantidade de água que volta para a atmosfera por meio da evapotranspiração. Além do desmatamento, a urbanização das cidades também contribui para menor incidência de chuvas; a pavimentação das ruas interfere no ciclo da água, uma vez que as água da chuva têm maior dificuldade de chegar ao lençol freático. A água é um recurso imprescindível, por isso saber como consumi-la é crucial. Dado que a sociedade como um todo não sabe consumir água de forma sustentável, é responsabilidade de ONGs ecológicas conscientizar a sociedade e cobrar do Estado leis que possibilitem o desenvolvimento urbano sem grandes interferências no ciclo da água. A instalação de bueiros, por exemplo, facilitaria a chegada da água ao lençol freático e a construção de áreas verdes aumentaria o nível da evapotranspiração. Além disso, a escola deve ser incumbida de ensinar às crianças não apenas a importância da água, mas também como utilizá-la de forma consciente.