A conscientização considerada ponto fundamental para o fim da crise hídrica vem sendo massificante na mídia com a campanha "Menos é Mais", por exemplo. Há, porém, um alerta contrário à isso que também está sendo muito compartilhado, o de que a culpa é da indústria. O que é verdade, mas gera uma apatia do cidadão que acredita que, então, a solução deve vir dos empresários. Sem perceber que não são eles que ficam com o prejuízo. Precisa-se de mais ação contra o abuso da má gestão para privilégio da elite lucrativa. Além do mais, se o cidadão tiver como forma de protesto apenas a não redução do consumo, não haverá mudança alguma da situação. As consequências disso serão só a diminuição ainda mais drástica dos níveis de reservatório e aumento gradativo da conta de água até que ela se torne produto de luxo, como já é considerada por famílias do sertão. Essas últimas por conta do clima que favorece a seca, ao contrário de São Paulo, uma cidade cortada por dois rios perenes que sofre do mesmo problema. O que se deve ao despejo de esgoto de maneira irresponsável. É bem verdade que só chegou-se à gravidade atual por conta do negligenciamento do governo que, ao ser informado sobre o perigo em 2010, não tomou atitudes. O que deveria ser feito sobre a indústria, principalmente, agropecuária que usa 70 % da água disponível, aproximadamente. Isso se dá porque o gado, que bebe cerca de 50 litros por cabeça ao dia, já está em maior quantidade que a população no Brasil. Às autoridades, não interessam esses números se, no fim, é deles que depende a economia do mais crescente exportado de commodities do mundo. Conclui-se disso que não haverá resultado da postura de braços cruzados tendo de ouvir campanhas que colocam o peso sobre a população e continuar desperdiçando água. O que se tem a fazer é a contribuição de cada um e a cobrança da parte dos empresários. Pode-se exigir uma lei que limite o uso de água pela indústria em 50% do disponível. Isso demonstraria a ciência dos verdadeiros fatos e a não aceitação da exigência de racionamento vinda do povo.