O Brasil é um país privilegiado quando se fala em água potável – mais de 10% de toda a água doce do planeta, em estado líquido, se encontra em seu território –, mas nem por isso está livre de sofrer os problemas de uma crise hídrica. Durante o ano de 2015, por exemplo, os habitantes de São Paulo já passaram vários dias com abastecimento reduzido de água em suas residências, evidenciando que a problemática é atual. Manejar os recursos hídricos de forma responsável, nesse contexto, torna-se uma necessidade ainda mais urgente, tanto por parte do governo, como pela sociedade em geral. No início da colonização, o Brasil foi visto como um lugar com recursos minerais inesgotáveis. Não é verdade. Do mesmo modo que boa parte das jazidas de ouro se esgotaram ainda no século XVIII, a água potável também pode ter sua disponibilidade drasticamente reduzida, se mal utilizada. A importância desse insumo, em uma sociedade, é imensurável: ele é necessário para fazer absolutamente tudo, mesmo que indiretamente, seja na indústria, na agropecuária ou em nossos lares. Nesse sentido, a falta de consciência – ou de preocupação – se mostra presente na atitude de um grande número de pessoas, quando estas utilizam a água em excesso. De outro modo, não se pode atribuir a escassez de água exclusivamente àqueles que a desperdiçam. É sabido que os sistemas de distribuição de água possuem vazamentos e, desse modo, contribuem para uma má gestão dos recursos hídricos. Além disso, a poluição desses recursos por meio de dejetos industriais e urbanos, somado a destruição de mananciais, contribui para diminuir a disponibilidade de água potável, agravando o problema. Em face de uma possível crise hídrica de grandes proporções, torna-se evidente, pois, a necessidade das escolas e das mídias promoverem mais campanhas para conscientizar os brasileiros em relação ao uso consciente da água. Além disso, é importante que o governo estabeleça uma quantidade máxima de consumo desse recurso por pessoa, em tempos de crise hídrica, e aplique multas para aqueles que a ultrapassarem, coibindo, assim, o desperdício. Nesse mesmo sentido, é fundamental que os responsáveis pela gestão dos recursos hídricos identifiquem e vedem os principais vazamentos dos sistemas de distribuição de água, assim como descubram os principais agentes poluidores e lhes apliquem punições. Até porque, tratar a água com respeito significa respeitar a nós mesmos.