Título da redação:

A seca, o nordestino adestra.

Tema de redação: A crise hídrica brasileira: sustentabilidade da sociedade e da gestão pública.

Redação enviada em 18/09/2015

"A seca avança em Minas, Rio, São Paulo. O Nordeste é aqui, agora. No tráfego parado onde me enjaulo vejo o tempo que evapora". O fragmento da música de Lenine e Carlos Rennó - Quede água? - evidencia a necessidade de conter a escassez hídrica antes que se torne impossível, dessa forma, é fundamental valorizar tal recurso e avaliar os fatores que influenciam na sua disponibilidade. É importante destacar que os efeitos da crise hídrica, no Brasil, provém dos aspectos sociais, políticos e geográficos. A falta da conscientização e a má gestão governamental, resulta em perdas de quase 40% de água - segundo o Instituto Trata Brasil - provenientes de vazamentos no transporte e da utilização excessiva por empresas e cidadãos. Além disso, o El Niño - fenômeno climático que está em atuação na América Latina – provoca o aquecimento das águas do Oceano Pacífico, contribuindo para a seca em algumas regiões do país. No entanto, grande parte da população desconhece as formas de adaptações a esse evento. Convém apontar, também, que a carência de água é "um quadro que aterra a Terra" em diversos âmbitos. Sendo o Brasil um país predominantemente agroexportador e baseado em hidrelétricas para a geração de energia, é inevitável o aumento dos custos para a produção desses itens. Ademais, é válido ressaltar, que, com a falta do abastecimento, complicações sociais são passíveis de acontecerem, como o êxodo rural e a determinação da indústria da seca, na qual já foi retratada em Vidas Secas, obra literária de Graciliano Ramos, como forma de exploração do sertanejo. Fica claro, portanto, que a seca é um problema que pode se alastrar rapidamente, e para que tudo não corra o risco de virar deserto é indiscutível a importância de retê-la. Para tanto, o Governo deve ampliar a fiscalização de irregularidades do fornecimento, por meio de leis, e podendo até, oferecer subsídios à empresas que economizarem e investirem em pesquisas que objetivam soluções. Cabe, ainda, às Ongs criar campanhas a fim de conscientizar e ajudar a população a se adaptar as variações climáticas, pois como na música ''Quede água?'', "agora é encararmos o destino, e salvarmos o que resta, é aprendermos com o nordestino que pra seca se adestra".