Título da redação:

A culpa não é dela

Tema de redação: A crise hídrica brasileira: sustentabilidade da sociedade e da gestão pública.

Redação enviada em 26/08/2015

Não é novidade que a conta de água ficou mais cara, também ficou mais cara a conta de energia. Aqui, no interior do Estado de São Paulo, chegou a faltar água por algumas horas em mais de um dia. Às vezes, falta energia também, além disso, existem regiões que sofrem com a experiência do racionamento. É inegável, embora ainda existam governantes e cidadãos que contrariem esse fato, que uma crise hídrica de grandes proporções atinge nosso país, em especial a região Sudeste. Sendo assim, uma reflexão em torno do problema é dever de todos. A falta de água parece ter chego sem avisar, parece ter pego governo e sociedade desprevenidos. Entretanto, só parece, mas não é verdade. Verdade é que, há anos a crise atual crise vem sendo alertada por especialistas no assunto. Hoje no Brasil, um terço da água captada escorre pelos canos, velhos, na distribuição. Ainda mais, há desperdício nos lares, seja em banhos, excessivamente demorados, ou, em hábitos mais simples, como escovar os dentes e lavar louças com a torneira ligada. Infelizmente, para piorar a situação, o problema vai além do racionamento de água, ou de energia, por algumas horas do dia. Os setores da indústria e do agronegócio consomem mais da metade da água que é captada, da energia também. Sem água e energia esses setores ficam comprometidos, sua produção cai e contribui para o agravamento da crise econômica que o país vive. Não há mais tempo a ser perdido. Como tem sido observado, tem-se atribuído a culpa pela escassez hídrica à uma seca prolongada. Também foi sugerido que o desmatamento da Floresta Amazônica é uma das principais razões pela baixa nos reservatórios do Sudeste. Contudo, não há evidências científicas de que esses fenômenos estejam sequer relacionados com o problema que enfrentamos. Ou seja, mais uma vez fica clara a necessidade de assumirmos os erros cometidos. A crise hídrica que atinge o Brasil é um problema cuja culpa recai sobre a sociedade, não sobre a natureza. A gestão pública não soube administrar com seriedade esse bem essencial, tampouco a camada civil, que não praticou consumo responsável. Diante disso, há necessidade de mudança. A sociedade precisa adotar métodos para economizar e reutilizar água, como por exemplo uma pequena ampulheta que meça banhos de até 5 minutos, além de captar água da chuva em baldes para lavar roupas, automóveis e calçadas. As falhas na distribuição precisam ser consertadas com urgência, além disso, as cidades, indústrias e lavouras carecem de um sistema que recicle seu esgoto, assim ele poderá ser reutilizado em inúmeras atividades. Por fim, o governo deve investir mais em fontes de energia que independam da água, a exemplo da eólica e a solar. Com esforço coletivo e a manutenção das práticas adotas, a crise será vencida.