A água, elemento vital a todos os seres vivos, tem tomado a atenção da população, governo e mídia por conta da atual crise hídrica que atinge a região sudeste do país, principalmente a região metropolitana de São Paulo. A má gestão na captação, tratamento e distribuição de recursos, o desperdício, a poluição de leitos de água e os fenômenos climáticos perturbadores são os principais motivos que hoje levam à falta de água na região. Apesar de considerarem o Brasil um dos principais do mundo no quesito de disponibilidade de água doce, por ser historicamente uma economia agrária e de industriação tardia e agressiva, assiste-se aqui a uma contínua perda do recurso mais importante da humanidade. Veja, a pecuária, a agricultura e a indústria representam cerca de 3/4 de todo o consumo de água do país, que, na maior parte das vezes, se dá sem controle e sem custos. Não obstante, estes também são os principais agentes agressores deste recurso, a exemplo do descarte de seus poluentes e agrotóxicos que tem inviabilizado o uso da água por contaminação e da destruição de matas ciliares e florestas para abrir campo produtivo ou captar matérias-primas. Outro grande problema brasileiro refere-se à má gestão na captação, tratamento e distribuição da água para as populações domiciliares: menos de 60% de nossa população total tem acesso a tratamento de esgoto. Negligênciar o saneamento básico da população acaba por colocar grupos sociais inteiros em situações sanitárias desfavoráveis e levam ao desperdício de água, já que não há tratamento adequado, cabendo ao esgoto não tratado o despejo em leitos e consequente poluição de água e solo. Da resolução desta crise hídrica, o país precisa adotar medidas de sustentabilidade a exemplo de locais que já enfrentam há mais de duas décadas o problema da escassez de água, como Nova York, Perth e Califórnia. A começar por uma campanha de ONGs e grupos civis de educação ambiental que vise alterar o descaso histórico do brasileiro para com o meio ambiente. São Paulo, por exemplo, é uma cidade com poucas áreas verdes e com poucos rios abertos, já que os poucos que não foram canalizados estão mortos por poluição. Na sequência, os governos e as empresas de tratamento e distribuição de água devem atuar em conjunto para que 100% de nossa população tenha saneamento básico, bem como para que sejam criados novos reservatórios para ampliar a captação de água de chuva e de lençóis freáticos. Por fim, as empresas agrícolas e industriais precisam ser cobradas quanto ao uso irrestrito e desmedido de água, assim como devem ser punidas pela contaminação dos leitos de água, seja pelo uso de fertilizantes e defensores agrícolas ou pelo despejo de dejetos industriais.