Na bela obra literária “Vidas secas”, de Graciliano Ramos, é possível ver o sofrimento humano causado pela escassez da água. Entretanto, esse problema é algo que ultrapassa as páginas desse romance e torna-se presente na realidade da população brasileira. Sendo assim, é de suma importância que a sociedade adote mudanças de comportamento buscando resolver o problema da crise hídrica, visto que essa situação tende a piorar a medida que a demanda por esse composto inorgânico cresce. Diante desse contexto, é importante salientar que o homem é o principal responsável pela seca. Suas ações nocivas ao meio ambiente resultam no desmatamento de matas ciliares e áreas de nascente de rios, na poluição de lagos, lençóis freáticos e rios. Além disso, existe o consumo desregulado da água já tratada, que em atitudes como um banho longo ou o hábito de escovar os dentes com a torneira aberta, jogam por ralo abaixo centenas de litros desse líquido precioso. Outrossim, a falta de políticas públicas relacionadas ao consumo e abastecimento desse bem hídrico fundamental para a vida, também agrava a situação. Essa omissão é perceptível principalmente na região nordeste do país, que sofre com o problema crônico da seca devido as intempéries da região, e também na região sudeste, onde o reservatório Cantareira chegou a índices críticos e colocou em risco o abastecimento da capital mais movimentada do país. Sendo assim, como já dizia Vinícius de Moraes: “Por mais longa que seja a caminhada o mais importante é dar o primeiro passo”, cabe a própria sociedade adotar novas posturas diante do problema. Portanto, uma ação governamental viável seria a implantação de programas de monitoramentos e ampliação das reservas hídricas, a modernização dos sistemas de abastecimentos, bem como, a mídia e as ONGs, poderiam desenvolver programas de conscientização ambiental, permitindo que a sociedade assuma uma postura sustentável e mude o comportamento nocivo ao meio ambiente.