Na mitologia grega, Sísifo foi condenado por Zeus para rolar uma pedra morro a cima pela eternidade. Todos os dias, Sísifo chegava ao topo do morro, mas vencido pelo cansaço a pedra rolava para a posição inicial. De maneira análoga, esse mito se assemelha com a luta constante contra a descrença do pensamento científico no Brasil. Destarte, é necessário analisar como o descaso do governo e a falta de apoio nas escolas influenciam nesse impasse. Em primeira análise, cabe pontuar que o descaso governamental é uma das principais causa desse problema. Isso ocorre porque o Estado, segundo o filósofo Thomas Hobbes, tem a obrigação de garantir os direitos de seu povo. Entretanto, quando é visto o direito a educação, previsto na Constituição de 1988 em seu artigo 6, observa-se que essa garantia é vista, muitas vezes, apenas na teoria. Nesse contexto, a falta de incentivos governamentais nas universidades públicas faz com que os jovens fiquem cada vez mais limitado a produzirem avanços científicos. Um exemplo disso foi o corte de quase 90% no programa "Ciências sem fronteiras", onde universitários de todo o Brasil poderiam compartilhar e aprender sobre ciência em outros países. Assim, esses jovens sem apoio governamental acabam descrendo no pensamento científico. Outrossim, além do descaso do governo a falta de incentivo nas escolas é outro fator que impulsiona esse impasse. Isso ocorre devido ao modelo educacional vigente que, ao invés de incentivar seus alunos a buscarem conhecimento que estão além dos livros, apenas os motivam a aprender os assuntos cobrados nas provas.Nesse sentido, o filósofo Immanuel Kant afirma que o homem é resultado de sua educação. Dessa forma, esses alunos, estimulados a aprender apenas o que é dito em sala de aula, não terão motivação de acreditar e contribuir no pensamento da ciência brasileira. Torna-se evidente, portanto, que a descrença no pensamento científico brasileiro é um problema que precisa ser atenuado. Destarte, o Ministério da Educação, juntamente com especialistas na área, deve incentivar os alunos a buscarem o desenvolvimento científico nas universidades federais, por meio de bolsas remuneradas e todo apoio tecnológico nessas instituições. Desse modo, esses alunos irão ter maior suporte e assim serão estimulados a acreditar e produzir avanço para a ciência brasileira. Ademais, o Governo Estadual, juntamente com pedagogos, deve mudar a forma educacional vigente, por meio de um projeto de lei debatida e aprovada visando uma modificação da grade curricular.Com isso, as escolas irão incentivar a curiosidade dos alunos e, consequentemente, eles buscarão conhecimento além da sala de aula. Dessa forma, os estudantes serão educados a desenvolverem suas habilidades e irão promover o avanço tecnológico desde cedo, como previa Kant. Assim, mesmo que a passos curtos, o Brasil resolverá esse impasse.