René Descartes foi um grande estudioso, de modo que suas ideias promoviam o pensamento racionalista, atrelado ao método científico, e se mostram atemporais. Afinal, os avanços da ciência contam com estudos anteriores, como os do pensador citado, que foram determinantes para o aperfeiçoamento da realização de pesquisas. Não obstante, a expansão do descrédito dado ao pensamento científico, até mesmo entre os brasileiros, revela um retrocesso que se associa a propagação de mentiras e à falta de conhecimento. Em 1998, o médico britânico, Andrew Wakefield, ganhou visibilidade ao afirmar que havia relação entre a vacina contra o sarampo e o desenvolvimento de autismo em crianças. De modo que, o temor dos pais se instaurou, mesmo depois da comprovação de que essa afirmação estava errada. Por conseguinte, fatos como esses associados à propagação das “fake news”, a respeito de possíveis reações ligadas à vacina, corroboram o crescimento de grupos anti-vacinação no Brasil, que compartilham de um sentimento de repúdio à imunização, sem vislumbrar que ela tem sido a garantia de proteção contra diversas doenças. Outrossim, o que endossa esse modo de pensamento é o distanciamento com que a ciência é vista no país, e tudo que é desconhecido é tratado com estranheza e cautela. Assim, medidas como o contingenciamento de 10% do valor investido no Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Inovação (MCTIC), só incitam a expansão da falta de recursos para pesquisas, instalação de laboratórios, dentre outros. Desse modo, a população não é instruída a se envolver e entender esse meio e sua importância, que se comprova na raridade da existência de casos de sarampo e poliomielite, graças às pesquisas da área Biomédica. Dessarte, a descrença vigente é resultado da propagação de ideias inconsistentes, que se respaldam em indivíduos que carecem de instrução. Portanto, para a modificação desse cenário, é impreterível que haja a mobilização conjunta da população, mídias sociais e pessoas capacitadas como: médicos, biólogos e pessoas do ramo da ciência em geral, para a realização de fóruns presenciais e online, que tenham o intuito de investigar informações divulgadas, de maneira que tudo isso seja realizado por subsídios da parceria público-privada. Além disso, é necessário um aumento do investimento para o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicação, por parte do Governo Federal, com o intuito de criar projetos que envolvam universidades, escolas e a comunidade, por meio de projetos científicos realizados em conjunto com os professores capacitados, que posteriormente, em feiras, sejam expostos e explicados para a comunidade. Só desse modo, o pensamento científico, como o cartesiano, será promovido.