Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: A crescente descrença no pensamento científico no Brasil

Redação enviada em 29/09/2017

É fato que a descrença no pensamento científico atinge níveis avassaladores no Brasil, o qual exprime o real analfabetismo científico do brasileiro, resultado de um sistema educacional que não põem em cheque questões fundamentalmente científicas, muitas vezes por falta de infraestrutura tecnológica e falta de estímulos ao professor. Este que é fundamental para aprimorar o saber científico numa sociedade. A descrença no pensamento racional é acompanhada também no setor político, sendo que em 2014 o deputado Marco Feliciano, representando a bancada evangélica, conhecida por posicionamentos contrários ao desenvolvimento tecnológico-científico, articulou um projeto na câmara dos deputados que visava o aprimoramento dos estudos escolares na questão do criacionismo. Isso é grave, uma vez que fere a laicidade do Estado ao promover a obrigatoriedade das escolas públicas em ensinarem conteúdos específicos de determinados grupos religiosos, além de estimular a descrença no pensamento científico, que deveria ser instigado nas escolas. É muito importante que todos possuam liberdade de crenças, porém a escola pública deve se preocupar em ensinar ciência, como a teoria da evolução, a genética, entre muitas outras teorias. O criacionismo não possui nenhuma fundamentação científica, logo não pode ser ensinado em escolas. O descrédito do pensamento científico também passa por uma questão de construção social mediante o estabelecimento da falta de investimentos do governo no setor de ciência e tecnologia, que pode ser analisada através dos gráficos referentes ao orçamento público anual: enquanto o governo gasta quase 50% de seu orçamento com amortizações e juros para instituições bancárias, a ciência e tecnologia recebem um investimento anual de 0,34%. É uma total falta de respeito para com aqueles que dedicam a vida ao desenvolvimento científico brasileiro, de modo que são plenamente compreensíveis os dados que colocam o Brasil como um dos maiores "exportadores de cérebros" do mundo, afinal formamos grandes cientistas que não possuem expectativa alguma de trabalho no setor de pesquisas no Brasil, sendo raros os casos em que isso é possível. Tendo em vista os dados expostos, é necessário que, para a atenuação da descrença na ciência, haja um forte investimento em ciência e tecnologia, além da uma maior necessidade de recursos alocados no setor educacional de modo a viabilizar uma infraestrutura intelectual e tecnológica propícia para os ensinamentos em sala de aula. É também necessário que coloquemos políticos honestos e tecnicamente instruídos para guiar a nação, e não líderes religiosos que se importam mais na propagação de crenças próprias do que na promoção de uma sociedade melhor. Com o incentivo à ciência, apoio aos professores e políticos que realmente se interessam no desenvolvimento científico brasileiro, o Brasil atenuaria muito essa problemática. Porém, isso demanda uma crescente conscientização política em relação à seleção de líderes e apoio aos educadores, além de um Ministério da Ciência e da Fazenda com mais interesses em beneficiar o povo do que pequenos grupos econômicos.