O conjunto de procedimentos para elaborar uma teoria é chamado método científico e sua criação foi atribuída ao racionalista francês René Descartes, que contribuiu para o desenvolvimento e a padronização da ciência. Após esta conquista, a ciência veio progredindo e conquistando cada vez mais espaço. Entretanto, na contemporaneidade, o pensamento científico no Brasil vem apresentando quedas e a descrença já é uma realidade, seja pela falta de incentivo aos jovens, seja pelo financiamento indevido dos gigantes das indústrias. Em primeiro lugar, o sociólogo Augusto Comte defende em sua corrente filosófica e sociológica denominada positivismo a ciência como ao estágio mais avançado de uma sociedade. Todavia, é possível perceber que o desenvolvimento social do Brasil encontra-se estagnado, resultado da carência de incentivos aos estudantes a se apoiarem na ciência, se desenvolverem nela e propagarem a sua importância no contexto social, como critica a professora Suzana Herculano-Houzel, responsável pelo Instituto de Ciência Biomédicas da UFRJ, que diz: “a cultura brasileira de pesquisa científica não incentiva a originalidade e a diversidade de pensamento”. Em segundo lugar, apesar da excelente iniciativa do governo com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), que financia boa parte das pesquisas, há no meio científico grande influência de empresários, principalmente do setor alimentício, onde eles financiam artigos com o intuito de minimizar completamente os efeitos noviços de seu produto ao consumidor, como foi o caso do Projeto 226, que incluía pagamento aos pesquisadores de Harvard para manipular um artigo com a finalidade de ocultar alguns problemas ocasionados pelo consumo do açúcar. Em virtude dos fatos mencionados, para o progresso da sociedade científica e consequentemente do pensamento científico, é necessário que as escolas criem campanhas exaltando a importância do culto à ciência para alcançar o estado mais desenvolvimento, o positivo, como afirma Comte. A Polícia Federal, por sua vez, precisa fiscalizar e criar mecanismos de investigação à esses financiamentos escondidos pelas indústrias com o intuito de impedir que a população pense que todo estudo científico seja fraudado, aumentando ainda mais a descrença. O Governo Federal, em sua função, tem o dever de destinar verbas para o financiamento correto e ético de pesquisas, conquistando assim, a confiança da população a acreditar nesses estudos.