Durante a Idade Média, houve, devido à Igreja Católica, o declínio e o desestímulo ao pensamento científico, fato que justifica o nome de “Idade das Trevas”, em que não ocorreu avanço nesse sentido. No entanto, ao adentrar a Idade Moderna, o cenário mudou – o estudo e a pesquisa começaram a ser valorizados, levando a humanidade ao desenvolvimento tecnológico e científico que é observado hoje. Não obstante, no Brasil hodierno, um fenômeno está ganhando força - a descrença no pensamento científico -, que ameaça as conquistas já alcançadas. É indubitável que a incredulidade na ciência é extremamente prejudicial à sociedade. A vacina, por exemplo, foi a responsável pela sensível diminuição e erradicação de diversas doenças, como a varíola, causadora de milhões de mortes até o século passado, quando o vírus desapareceu em virtude da vacinação. Contudo, esta tornou-se alvo de teorias e conspirações no que diz respeito a eficácia e segurança, levando diversas pessoas a não vacinarem a si próprias e a seus filhos, expondo-se a patologias. Destarte, fica claro que a ignorância da população e a desconfiança quanto à ciência desvaloriza importantes descobertas e impede a adoção de inovações que poderiam melhorar o bem estar e a qualidade de vida do povo. É importante, também, entender os fatores responsáveis pela situação supracitada. Ainda a exemplo das vacinas, é possível analisar a Revolta da Vacina, ocorrida no Rio de Janeiro no início do século XX. Esta consistiu na indignação da população carioca devido à campanha de vacinação que ocorreu no período – o fato é que não aconteceu a conscientização do povo, que era obrigado a receber a dose à força, sem nem ao menos saber do que se tratava. Além disso, há, também, e influência de líderes religiosos que, assim como durante a Idade Média, fazem alegações anticiência persuasivas aos fiéis, que cegamente acreditam, devido a desinformação. Assim, depreende-se que a ignorância é a principal causa da problemática, tornando as importantes conquistas científicas menos impactantes enquanto o povo for alienado. Dessa forma, fica evidente que são necessárias medidas que solucionem o impasse. Para tanto, o Ministério da Cultura deve, em primeiro lugar, subsidiar a mídia e criadores de conteúdo, em plataformas como o YouTube, para a criação de programas didáticos e divertidos que informem e despertem o interesse em ciência e o senso crítico da sociedade, para evitar a alienação e estimular a busca de conhecimento desta. Além disso, o Ministério da Educação deve realizar programas e criar oficinas científicas em instituições de ensino, que criariam um ambiente mais dinâmico e atraente às crianças com relação ao aprendizado, de forma que estas se tornem educadas e céticas. Logo, poderemos garantir que a temida Idade das Trevas não se repetirá.