No século XX, a descoberta da vacina contra a varíola tornou-se um grande feito para a saúde pública brasileira. No entanto, o desconhecimento da maioria da população a cerca da importância desse marco na melhoria da condição médico sanitária do Rio de Janeiro ocasionou na chamada Revolta da Vacina, em que as pessoas se recusaram a serem imunizadas contra a doença. No Brasil hodierno, apesar do grande aparato tecnológico existente no mundo, verifica-se a ocorrência da descrença no pensamento científico, seja por irresponsabilidade midiática, seja pelo vilipêndio estatal. Mormente, convém analisar que apesar da tentativa do governo brasileiro em modificar as estruturas ultrapassadas do método educacional nas escolas por meio constitucional, a Reforma do Ensino Médio, verifica-se que essa instituição vai de encontro a tese de Michel Focault: "o papel do governo é maximizar o bem-estar de seu povo", isso porque, constata-se um déficit financeiro nas escolas e, máxime, nas universidades públicas. Esse contexto é percebido nos cortes orçamentários destinados ao Ministério da Ciência que prejudicam as pesquisas realizadas no país. Logo, o despreparo dos instituições públicas em frente da importância da ciência no avanço da nação, levará o intelecto dos indivíduos a um estado anômico, os quais estarão sujeitos a viver com base no senso comum. Ademais, com o advento da internet ficou fácil disseminar informações falsas. Essa conjectura pode ser exemplificada pela veiculação de notícias por ordens jornalísticas sem verificar a veracidade das pesquisas e informações, como o caso das afirmações que relacionavam o câncer de pele não aos raios solares, mas, sim, aos protetores solares. Dessa maneira, percebe-se que a viralização da pseudociência pode determinar riscos à saúde da população. Destarte, seguindo a premissa do livro "Sabedoria das Multidões", a interação homogênea de um grupo é capaz de selecionar informações e formar indivíduos mais inteligentes, ao Governo Federal incumbe o dever de distribuir homogeneamente os recursos financeiros aos institutos de pesquisa e universidades públicas. Por sua vez, a Polícia Federal deve investigar os casos de notícias falsas no país, que tenham colocado em risco o bem-estar social, ambos os agentes com o fito de impedir o andamento das pesquisas e a descrença na ciência brasileira. Outrossim, as escolas, em parceria as famílias e professores, podem estimular os alunos ao hábito de colher informações e a julgar a credibilidade das notícias, mesmo aquelas fornecidas em jornais e sites confiáveis, a fim de contribuir para a formação uma sociedade mais reflexiva a respeito do pensamento cientifico.