O Brasil tem vivenciado forte descrença na ciência. Recentemente, estiveram em voga, nas redes sociais, discussões acerca da antiga hipótese de a Terra ser plana, que vai de encontro à ciência. A descrença na ciência é resultado de contradição entre visão científica e hipótese baseada em ideologia. Somado a isso, o acervo científico é pouco acessível à população, sendo difícil, dessa maneira, para as pessoas atentarem-se. Então, conspirações contra a ciência são decorrências culturais e sociais, requerendo atenção e intervenção. Choques entre teorias científicas e ideologias são constantes na sociedade. Durante a Inquisição, iniciada na Idade Média, a Igreja punia teóricos cientistas que apresentavam ideias que contradiziam a visão católica sobre o mundo. Hoje em dia, cientistas são atacados por pessoas impregnadas ideologicamente, que justificam suas crenças ideológicas afirmando, por exemplo, que a ciência pertence à esquerda. Logo, muitas ideologias transmitem análises equivocadas acerca da ciência e essas, quando ganham ênfase nas mídias, podem convencer pessoas desatentas. Outrossim, os trabalhos científicos – artigos, por exemplo – fora dos ambientes acadêmicos têm reduzido repertório. Embora o advento da internet tenha aumentado a disseminação de conteúdos informativos, o acervo científico continua restrito aos acadêmicos. Além disso, o entretenimento, que tem utilizado o nome da ciência para causar sensacionalismo e espalhar mentiras, está cada vez mais acessível que ela. Assim, a falta de informação científica para o público menos ligado à comunidade acadêmica permite a alienação desse às ideologias contrárias à ciência. Conforme o exposto, é necessário agir para amenizar a descrença na ciência, relacionada a alienação e falta de atenção. As universidades devem indexar aos buscadores da internet as páginas que contêm suas publicações e investir em serviços virtuais completos e visualmente atraentes para o acesso aos artigos. Apontando a inverossimilhança e os erros de notícias falsas recorrentes, as mídias também ajudam na causa. Por fim, cabe às escolas dar maior foco ao ensino do método científico e do porquê de a ciência ser fonte confiável de conhecimento, devendo o governo federal, para isso, considerar a instrução da metodologia e do método científicos nas suas próximas reformas para o ensino médio. Com tais medidas, portanto, amainar-se-á a conspiração anticientífica, que traz problemas como a negação de vacinas.