A busca da verdade, da causa primeira, constituiu, decerto, o motor dos esforços intelectuais que conduziram a civilização ao presente patamar de desenvolvimento. Estagnação e até retrocesso em campos de aplicação das ciências naturais -- decorrentes da ignorância e da descrença em instituições -- denunciam, no entanto, o pensamento científico como alvo de crescente descrédito no Brasil atual. A incompreensão do método científico -- bem como dos fenômenos naturais -- pela população majoritária consiste numa das causas da descrença na ciência. Tomando as vacinas como exemplo, tem-se que o ato de negar-se a tomá-las decorre da impossibilidade de visão sistemática , necessária ao entendimento de que a infecção de um indivíduo pode prejudicar vários outros. Além disso, a falta de conhecimento acerca da ação da vacina no corpo humano tende a provocar subestimação ou medo do elemento preventivo. Por sua vez, a descrença nas instituições estatais e midiáticas faz crescer gradativamente o referido o descrédito do pensamento científico. Haja vista as atuais crises moral, política e econômica e a recorrente manipulação de informações pela mídia de massa -- trazida à tona pela circulação de notícias conflitantes entre si -- a tendência é a desconfiança. De fato, numa sociedade em que o conceito de bem comum foi esquecido, o interesse particular é rei e, portanto, tudo é mentira até que se prove o contrário. Patente fica, portanto, que a crescente descrença no pensamento científico brasileiro se deve à baixa instrução formal aliada à crise moral vigente. A fim de minorar esses problemas, cabe ao governo estadual implantar laboratórios de ciências nas escolas que não os tenham, permitindo a aplicação de teorias e facilitando o aprendizado. Ademais, convém o fortalecimento da educação moral, a partir de exemplos próprios, pela família. Assim, a confiança reinará.