Com o movimento Iluminista no século XVIII, a ciência se consolidou como elemento basilar para o progresso da sociedade. Não obstante, encontra-se no Brasil atual uma contínua descrença na lógica científica, o que revela a falta de informação e o pensamento retrógrado de boa parte da população. Antes de tudo, é cabível afirmar que a falta de políticas públicas de incentivo à pesquisas e estudos científicos, junto com o sistema educacional precário, servem apenas para avultar uma problemática sociocultural que persiste na formação do pensamento coletivo brasileiro: a falta de conhecimento. Seja na proclamação da República, em que a população achou se tratar de um desfile o golpe militar, ou mesmo na Revolta da Vacina, em que as pessoas, desinformadas, lutaram contra os que tentavam vaciná-las, a ignorância nativa, fruto de um longo processo de alienação e doutrinação, é infaustamente evidenciada em marcos que traçaram a história da nação. Certa vez, o líder ativista Martin Luther King afirmou que nada no mundo era mais perigoso do que a ignorância sincera. Nesse sentido, se faz notar como uma faceta perniciosa da realidade brasileira a desconfiança da população no cientificismo e a recorrência à explicações antiquadas para a conceituação de fenômenos mundanos: associar o surgimento de doenças virais à conspirações corporativistas ou mesmo forças sobrenaturais, conteúdo comum em teses arcaicas que povoam a mentalidade coletiva, nada mais fazem do que evidenciar um traço infeliz da veridicidade educacional de um país dito em desenvolvimento. Em suma, o aparato estatal mostrar-se-ia de grande utilidade para minimizar o problema. Desse modo, fica a critério do Ministério da Ciência e Tecnologia federal lançar mão de projetos de valorização ao pensamento científico, criando portais virtuais interativos sobre tópicos científicos, e também, por meio de parcerias com veículos midiáticos, formular programas televisivos com o mesmo teor. Além do mais, convém ao próprio Governo Federal investir em museus e centros culturais nacionais da ciência, e direcionar verbas para o setor educacional em geral, e, assim, suscitar um maior interesse na população pelas ciências.