Em julho de 2017, o Brasil sediará a 49ª Assembleia Geral da União Internacional de Química Pura e Aplicada (IUPAC), considerado o evento mais importante de Ciências Químicas do mundo, realizada pela primeira vez em um país da América do Sul. Entretanto, esse evento internacional de tamanha importância foi vagamente divulgado no país, sendo desconhecido pela maioria da população que não se interessa por esse tipo de acontecimento. Essa apatia pelo conhecimento científico, aliada à ignorância da população sobre os benefícios da ciência, mostra como o pensamento científico no Brasil é desvalorizado. Um dos motivos da descrença na ciência é o desconhecimento da importância do método científico, fruto da falta de interesse da população, que cobra resultados imediatos mesmo com a necessidade da submissão das pesquisas à análises para evitar futuros danos à saúde humana. Um exemplo disso foi a aprovação, em 2016, da venda da fosfoetanolamina, sancionada pela então presidente Dilma Rousseff devido à pressão popular, que defendia a eficácia da pílula na cura do câncer mesmo sem nenhuma comprovação científica sobre sua ação no organismo. Sabe-se hoje, porém, que o composto não tem nenhuma ação contra a doença. Somado a isso, a ignorância da população sobre os avanços da ciência também causam descrença no pensamento científico. A divulgação, por exemplo, de uma notícia claramente falsa que afirmava que a vacina contra a febre amarela é um veneno mortal. Isso causou pânico na população, que passou a duvidar da qualidade da vacina justamente quando casos da doença começaram a se espalhar pelos estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro, ou seja, no momento em que ela se tornou mais necessária. Em consequência, muitas pessoas preferem não se vacinar para essa e outras doenças por descrença nos estudos brasileiros. Fica evidente, portanto, que o pensamento científico no país é absurdamente desvalorizado devido à falta de interesse e do desconhecimento dos brasileiros sobre a importância do pensamento científico. Assim, tornam-se necessários investimentos pelo Ministério de Ciência e Tecnologia para incentivar o progresso científico, com a oferta de bolsas para pesquisas. Além disso, a participação da mídia é fundamental para mostrar para a população os benefícios dos avanços científicos para que ela possa confiar no que é oferecido. Por fim, é dever da escola ensinar aos pequenos sobre a importância da ciência no cotidiano e estimular sua valorização para que, enfim, os indivíduos acreditem na ciência brasileira.